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Deixando Neverland: polêmico documentário sobre Michael Jackson será exibido pela HBO

Um documentário que causou grande polêmica recentemente no Festival de Sundance está prestes a ser exibido pela HBO. Trata-se de Deixando Neverland (Leaving Neverland) obra que coloca novamente Michael Jackson nos holofotes negativos e resgata as denúncias de abuso sexual envolvendo crianças, que tanto o perseguiu durante sua carreira.

O documentário é baseado no relato de James “Jimmy” Safechuck e Wade Robson que se tornaram amigos de Michael Jackson no auge de sua carreira. Agora adultos, eles relatam as consequências de seus relacionamentos com o rei do pop. O longa será dividido em duas partes. A primeira delas vai ao ar no sábado, 16 de março, às 20 horas. A parte final no dia seguinte, domingo, 17, também às 20 horas, no canal HBO e no streaming HBO GO.

O documentário tem produção e direção de Dan Reed, que foi indicado ao Emmy® por Three Days of Terror: The Charlie Hebdo Attacks. “Deixando Neverland” acompanha a história de Safechuck e Robson. Ainda crianças, eles conquistaram a amizade de Michael Jackson e, junto com suas famílias, foram levados ao mundo mágico do artista, no rancho de Neverland, em Santa Bárbara, na Califórnia. Trinta anos depois, em entrevistas devastadoras, o documentário expõe o passado de abuso sexual contínuo e os sentimentos complexos que levaram os rapazes a revelarem as situações.

A história dos garotos

James Safechuck era um ator infantil de Simi Valley, Califórnia. Em 1986, fez uma participação em um comercial da Pepsi junto com Michael Jackson. Em poucos meses o cantor se transformou um amigo da família. Já Wade Robson era um bailarino mirim de Brisbane, Austrália. Em 1987, aos 5 anos, conheceu o cantor após vencer um concurso em que o imitava.

Jackson entrou nas vidas destas famílias de formas parecidas. Conforme a divulgação do documentário, sua estratégia foi sutil, sempre justificando suas atitudes como expressões de afeto. O artista se tornou amigo, mentor e confidente das crianças, expressando seu amor pelos dois, enquanto gradualmente os isolava das famílias.

As visitas começaram a incluir estadias na casa, onde Jackson dormiria no mesmo quarto que os seus hóspedes. Robson como Safechuck descrevem como o que teve início como inocentes festas do pijama levaram a um contato mais íntimo com o artista. Quando os abusos sexuais começaram, Robson tinha 7 anos e Safechuck, 10. Logo, como Safechuck recorda, quase todos os lugares “especiais” em Neverland foram marcados por um encontro sexual.

Desde o início, constam os relatos de que Jackson insistiu para que os garotos mantivessem em segredo a relação entre eles. Robson inclusive se lembra de ter acreditado quando Jackson lhe disse que os dois ficariam “presos para o resto da vida” se alguém soubesse do que estava se passando.

Quando chegaram à adolescência, os dois garotos perceberam que não estavam mais na mesma posição “privilegiada”, e tinham deixado de ser os principais alvos da atenção de Jackson. No entanto, mantiveram seus segredos e sua lealdade, motivados pelos vínculos emocionais criados durante o abuso. Na década de 1990, quando outros garotos o acusaram de abuso, Jackson pediu que Safechuck e Robson o defendessem. Ambos negaram veementemente aos pais e ao público que Jackson tivesse se comportado de forma inapropriada com eles.

A vida após Michael

Wade Robson acabou se tornando um dos coreógrafos jovens mais bem-sucedidos da sua geração. Trabalhou com a banda *NSYNC e com Britney Spears nos seus períodos de maior apogeu. Mas o sucesso foi ofuscado pela melancolia e pela depressão. Safechuck, que queria ser diretor de cinema e músico de rock, também enfrentou crises de depressão e dependência química. Ambos se casaram e tiveram filhos. À medida que as crianças cresciam, a agitação emocional deles aumentava, o que mostra como as sequelas do abuso sexual podem se manifestar décadas mais tarde.

Finalmente, em função das sucessivas crises emocionais, os dois, agora adultos, se dispuseram a contar as versões para as suas famílias. No documentário, parentes relembram quando Wade Robson e Safechuck se abriram pela primeira vez, quando compreenderam os danos deixados pelo abuso físico. Depois, começaram a enfrentar o trauma, tentando compreender suas recordações e sanar as relações familiares rompidas.

Deixando Neverland tem produção e direção de Dan Reed; produção executiva de Nancy Abraham e Lisa Heller, da HBO Documentary Films; edição de Daniel Pearl, Tom Porter e Dorothy Byrne, do Channel 4.

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