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Defensores | Crítica

Vamos lá: Defensores (Netflix, 2017) não é apenas essa primeira temporada. Ela foi (ou deveria) ter sido concebida a bastante tempo desde que estreou Demolidor e Jessica Jones no início do Universo Netflix de séries Marvel, mas algo deu errado.

Vindo do mesmo plano de consolidar os personagens em seu próprio espaço para depois unir todos em um evento máximo (assim como aconteceu com a Marvel no cinema culminando Vingadores em 2012, o nosso queridinho Marvel Universo Cinematográfico – MCU). A ideia realmente é ótima, porém, dessa vez, não acertaram a mão.

Selecionar astros de pouca expressão, mas com bastante talento para que cresçam na indústria cinematográfica não é novidade, é uma ótima ideia, só que não funcionou nesse caso. Escolher roteiristas e produtores de séries de sucesso também parece ser uma boa ideia, mas também algo deu errado.

O grande defeito, ao meu ver, é que subestimam os espectadores, somos fãs (acrônimo de fanáticos em inglês) e esperamos que exista um tratamento especial com nossos queridos personagens, aqueles que crescemos lendo e acompanhando sua trajetória durante os anos. Esses personagens são mais críveis e mais adultos, então falta amadurecer esses roteiros. Os atores são ótimos (a maioria), as ideias estão no lugar certo, mas falta uma esperteza nesses roteiros, falta ação (não me refiro nem a efeitos especiais), falta colocarem nossos heróis a prova, uma ameaça que faça jus aos talentos unidos.

Não estou dando a fórmula do sucesso. As séries são boas, mas só isso.

Tudo bem que a mídia televisiva é muito diferente do cinema e, se lá eles criam uma árvore e um guaxinim falante que se tornam hype mundial, aqui não conseguem fazer (tomando as devidas proporções) que alguns dos personagens mais complexos do universo Marvel emplaquem sem nem precisar de gráficos computadorizados.

O que mais me desaponta é que Defensores deveria ser o ápice da experiência Marvel/Netflix. E nisso se torna a pior da leva. O lado bom é que diminuíram a quantidade de episódios comparado com as séries solo e mesmos assim podiam diminuir mais uns três, pois há excessos de diálogos, participações desnecessárias (Foggy Nelson, Trish Walker), personagens desnecessários (bancaram a Sigourney Weaver e ela é uma simples Alexandra, não esperava que ela fosse no mínimo uma madame Hidra ou uma Mary Tifoide), o que gastaram no cachê desses artistas podiam contratado mais ou melhores roteiristas.

O relacionamento entre os quatro até funciona, principalmente no início, mesmo assim faltou uma treta maior entre eles para depois decidirem, ou melhor, precisarem se unirem com um motivo maior (clichê? Sim). Aliás, a motivação do Tentáculo não convenceu e  Elektra até que dá conta dos quatro, mas mesmo assim falta desafio para os protagonistas (não me venham com o tal Bakuto), são mais de cinquenta anos de alguns desses personagens, tem vilão para dar com pau (neles).

A mesma reclamação de “Punho de Ferro” persiste aqui. Artes Marciais. Estamos lidando com o “Tentáculo” e “Elektra”, “Demolidor” também é treinado em artes marciais, as lutas DEVERIAM ser muito melhor, Netflix contrate um professor de yoga que já faz serviço melhor que isso.

O Nick Fury do universo Netflix também não funciona. Rosario Dawson está sobrando e não teve o papel de união dos personagens como se esperava. Eu já tinha desenhado a morte dela na minha cabeça, e que isso iria unir enfim os heróis, mas nem isso.

Todas as séries anteriores consegui olhar em um ou dois dias, pois dava tesão de assistir (e isso que são 13 episódios). Essa com menos capítulos levei uma semana, de tão desapontado.

Minha decepção ficou por conta dos cortes entre as cenas, que são cabulosos. Da necessidade de Dany Rand estar sempre mostrando a tatuagem. Do Demolidor estar apagado. Enfim, comente abaixo o que te decepcionou ou me xingue e diga o porquê estou errado. Me ajude a entender.

Minha fé fica com Frank Castle, ao que aparenta fará uma estreia sangrenta e violenta no final do ano. O primeiro teaser já mostramos aqui na Vigília.

Veredito da Vigilia

Éderson Nunes

@elnunes

2 thoughts on “Defensores | Crítica

  • A série também me decepcionou pra caramba, ótima análise. O roteiro ficou “bobo”, o Tentáculo, que em outras séries como a do Demolidor parecia uma grande ameaça (bem mais assustador e competente), em “Defensores” parecem um bando de pamonhas. Na 2a temporada do Demolidor os ninjas conseguiam camuflar até os batimentos cardíacos, aqui eles parecem coadjuvantes dos filmes do Jackie Chan. Os 5 cabeças do Tentáculo não metem medo em ninguém! Faltou mais densidade ao roteiro… esse universo Marvel/Netflix era pra ser mais adulto, intenso, mas desde “Punho de Ferro” está infantil demais, com cenas de luta toscas e ameaças fracas. Como dissestes, coloco minhas expectativas sobre a série do Punisher e a 3a temporada de Demolidor (porque, francamente, quando ele ganhava relativo protagonismo em Defensores, a série até melhorava).

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    • Infelizmente pra mim Justiceiro foi somente mais do mesmo, essa enrolação da Marvel/Netflix (e claro, os roteiros estupidos) vai acabar levando uma proposta bacana (heróis urbanos) por ralo abaixo.
      Mas há esperança, agora que a Marvel/Disney irá lançar seu próprio canal de streaming, quem sabe com total controle criativo a coisa melhora.

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