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Cursed by Light é um filler bem executado de The Seven Deadly Sins

Após quatro temporadas, The Seven Deadly Sins (Nanatsu no Taizai) encerrou a sua saga no anime (pelos menos enquanto não tivermos um spin-off), mas ainda teve gás para uma última aventura, desta vez, em um longa-metragem. Cursed by Light, que estreou em 2 de julho nos cinemas japoneses e no dia 1º de outubro no catálogo da Netflix, apresenta os acontecimentos decorridos após o quarto ano da série, porém, com uma história totalmente original, sem utilizar o mangá criado e ilustrado por Suzuki Nakaba, como base.

Nitidamente o filme preferiu não arriscar muito, fazendo uma história dividida em núcleos, com suas próprias dinâmicas iniciais e que, mais tarde, iriam interagir em virtude do grande conflito da trama. Roteiro básico! No primeiro (e talvez) foco principal da história, vemos o casal Meliodas e Elizabeth aproveitando o mundo, antes de se tornarem rei e rainha de Liones. Os dois acabam se encontrando com Zeldris, o irmão de Meliodas, e a sua amada Gelda, a vampira que despertou depois de séculos, na última temporada. Mais clichê impossível é a cena em que os quatro encontram um demônio que conseguiu escapar do Reino dos Demônios, e, antes de morrer, pede ajuda para salvar o seu lar. Então lá vai essa galera enfrentar quem está por trás disso e dar o “start” na trama. Aqui, era o que eu realmente ansiava ao assistir Cursed by Light: a interação entre os irmãos que recém fizeram as pazes. O filme entregou isso, aliado a muitos alívios cômicos proporcionados pelos filhos do Rei Demônio.

“E aí, irmaõzinho!”

Os outros núcleos que aparecem no filme são o do – tão aguardado – casamento entre King e Diane. A cerimônia ocorre na Floresta das Fadas, reunindo também o Clã dos Gigantes, além de Ban, Gowther e os Guerreiros Sagrados do Reino de Liones; o próprio Reino de Liones, com a presença do rei e de alguns personagens aleatórios; os irmãos Hawk e Wild no Purgatório, e por último, mas não menos importante, o núcleo de Merlin e Arthur. Caso você não tenha visto a quarta temporada do anime ou não lido a nossa crítica (que não tem esse spoiler), sugiro assisti-la primeiro para entender o motivo pelo qual esses dois estão separados dos demais. 

Esse casamento: achei que não ia acontecer nunca

Falando em spoilers, logo cedo descobrimos que o Reino dos Demônios está sendo atacado pelo antigo Rei das Fadas, Dahlia e Dabazu, um ferreiro que está forjando artefatos que controlam outros seres. Seres esses que estão atacando a tudo e a todos, interrompendo até mesmo o casamento na Floresta das Fadas. Mesmo eu chamando isso de spoiler, no final do filme temos um plot-twist (na verdade tem mais um depois dos créditos), que não vou revelar para não estragar a experiência. 

Dahlia e Dabazu são os vilões do novo filme

Tirando o inesperado aumento de força de Meliodas e Zeldris e a motivação um pouquinho forçada – mas “comprável” – do verdadeiro vilão, The Seven Deadly Sins entrega um filme “feijão com arroz”, não inventando muito, para esse filler não destoar tanto da história original do mangá. Com uma arte melhor do que a apresentada na série, o filme peca na tentativa de mesclar computação gráfica com o 2D, deixando este recurso pouco harmonioso. 

Merlin continua misteriosa

No final das contas tivemos um filme melhor do que o esperado, graças a baixa expectativa gerada após o final do anime. Isso contribui para que a experiência de assistir Cursed by Light reacenda a chama que estava adormecida no coração dos fãs do anime desde o final da segunda temporada. Se você acompanhou todas as temporadas até agora, não deixe de conferir este filme. O esforço será recompensando. 

Veredito da Vigilia

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