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Control Z e as consequências de uma adolescência cheia de segredos | Crítica

Depois de Elite surfar na onda de La Casa de Papel, escalando alguns de seus atores, agora foi a vez da própria Elite dar um empurrãozinho para outra produção da Netflix. Por mais que Control Z não seja espanhola como as citadas anteriormente (é mexicana), também estamos falando de um programa sobre adolescentes em uma escola de ensino médio que falam um dialeto espanhol. Isso já é motivo suficiente para atrair os fãs dessas obras.

Mas já que estamos comparando Control Z a outras séries, podemos também citar Gossip Gilr e Euphoria. A primeira devido a sua premissa, uma vez que temos alguém misterioso compartilhando os segredos dos alunos do Colégio Nacional, e assim revelando bastidores inesperados da vida de cada um, como preferências sexuais, mudanças de gênero, traição, corrupção, entre outros. 

Cuidado com o Hacker (alô Mr. Robot!): ele sabe tudo sobre você

Já com a segunda, podemos dizer que Control Z bebe de Euphoria, mas não o copo cheio. A série da HBO, por mais chocante visualmente que ela seja, ainda nos passa uma mensagem bem clara e faz com que seus personagens cresçam no decorrer da trama. Já com a série da Netflix, os protagonistas não evoluem, parecendo que o objetivo é só impactar (causar mesmo) e assim, muitas injustiças acabam ocorrendo durante os oito episódios. 

Na história, criada por Carlos Quintanilla e produzida pela Lemon Studios para a Netflix, somos apresentados a Sofia, uma garota antissocial e com um passado traumatizante, que observa a tudo e todos, conseguindo ler cada um dos alunos e suas rotinas como um livro aberto. As coisas ficam um pouco mais agitadas na escola quando um hacker decide viralizar os segredos das pessoas, inclusive chantageando algumas delas com essas informações. Cabe a Sofia atender o pedido de uma dessas vítimas (Raul) e desvendar esse mistério. A adolescente terá a ajuda do recém transferido (e esquentadinho) Javier, filho de um ex-jogador de futebol famoso, para encontrar o tal vilão e assim restabelecer o equilíbrio das coisas no colégio Nacional.   

Sofia observa tudo e todos em Control Z

Com essa premissa, é fácil ser fisgado desde o início e maratonar Control Z. Porém, conforme a trama vai avançando, o jeito como a série lida com questões como o bullying, por exemplo, e o jeito “banana” do diretor da escola vão te deixar um pouco indignados. Ah… o mistério de quem é o hacker também é facilmente desvendado. O roteiro é bem previsível na maioria do tempo. Ainda assim, o episódio de revelação do mistério é bem amarradinho e temos um e outro plot-twist que pode realmente te surpreender. 

Javier, Sofia e Alex tentando desvendar o mistério da série

Então, se você é um fã de carteirinha de séries adolescentes nas quais temos pessoas de quase 30 anos interpretando colegiais que adoram desvendar mistérios, Control Z pode ser uma ótima pedida. O jeito como o programa mostra que hoje em dia o seu celular pode revelar tudo sobre você e de como expor tudo isso pode se tornar um efeito dominó é tão assustador quanto um episódio de Black Mirror. Méritos também para os grafismos e formas de como as mensagens aparecem na tela quanto acessadas.

Visualmente Control Z também tem os seus méritos

Porém, por mais que você compre as motivações do Hacker, a série não lida tão bem com assuntos delicados presentes em nossa sociedade atualmente e pode não cumprir o seu papel de realizar um crítica social, assim como foi em 13 Reasons Why (e que também falhou em alguns momentos) em suas três temporadas (vamos ver o que virá na quarta e última). Agora, o que você não compra é o triângulo amoroso forçado que vemos surgir no decorrer dos episódios. Isso não!

Lembrando que Control Z já foi renovada para um segundo ano. 

Veredito da Vigilia

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