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A Conspiração do Clone | Review dos Quadrinhos do Homem-Aranha

Atenção, o texto está repleto de SPOILERS de todas as sagas que envolvem clones do Homem-Aranha!

 

Clones, sim, eles estão de volta!

 

Os sempre polêmicos clones de Peter Parker já deram o que falar, e agora estão de volta para uma saga feita para tentar arrumar a bagunça genética criada originalmente pelo vilão Chacal, lá nos longínquos tempos de 1974.

 

A Primeira Saga do Clone

Apesar de não ter originalmente esse nome, na primeira saga do clone, o Chacal (Miles Warren, professor de bioquímica de Peter Parker e Gwen Stacy), clonou sua paixão platônica Gwen Stacy, que na época já havia sido assassinada pelo Duende Verde. Em uma luta para salvar a vida de Ned Leeds, um clone do Chacal drogou o Aranha e o forçou a lutar com um clone dele mesmo para salvar o dia. Peter venceu o clone e o Chacal. Após uma explosão, ambos foram dados como mortos.

Primeira aparição dos clones: The Amazing Spider-man 149 (Outubro 1975)

Encerrada a primeira saga do clone, essa história escrita por Gerry Conway (que quase veio para a ComicCon RS) e ilustrada por Ross Andru, em outubro de 1975, se tornou clássica e inspirou muito do que viria pela frente, principalmente nos anos 1990.

A Segunda Saga do Clone

Ou melhor “A” Saga do Clone. Essa sim teve oficialmente esse nome, e até hoje é conhecida e detestada por muitos aracnofãs. E continue lendo abaixo para saber o porquê.

Lembra da explosão em que o Chacal e o clone de Peter Parker teriam morrido? Pois é, na verdade não foi bem isso que aconteceu (nunca é). Encurtando um pouco a história, o clone sobreviveu e entendendo que era um clone, adotou a identidade de Ben Reilly e se distanciou da vida de Peter Parker.

Passando alguns anos, o Chacal retorna e reúne Peter Parker como Homem-Aranha e Ben Reilly (agora assumindo seus poderes aracnídeos como Aranha Escarlate – em um dos uniformes mais legais já criados para os personagens-aranha). O Chacal declara que nenhum deles é o Peter Parker original (cabeças explodindo), e mais tarde veríamos mais um clone em ação. Após algumas batalhas (e novamente encurtando a história), o Chacal entrega a Ben Reilly um disco com a informação bombástica, ele na verdade é o Peter Parker original. É tanto plot-twist que M. Night Shyamalan ficaria com inveja.

O visual incrível do Aranha Escarlate no traço de Mark Bagley.

O Homem-Aranha e o Aranha-Escarlate, com essa informação, resolvem então que Ben Reilly deveria assumir o manto de Homem-Aranha (e esse então também tem um uniforme muito bacana). Ben Reilly agora é o Homem-Aranha, e Peter Parker vai pegar umas férias com Mary Jane em Portland, e por um tempo (não muito), fica fora das histórias aracnídeas.

Homem-Aranha vs. Aranha Escarlate – A controversa Saga do Clone (The Spectacular Spider-Man 226 (Julho 1995).

Particularmente, na minha opinião, essa foi uma ótima forma de fazer um reboot no personagem. Até gostava bastante da ideia e da “repaginada” do Homem-Aranha, que agora teria uma vida toda nova e novas histórias para contar.

Mas….

… a história de clones estava longe de ser concluída. Peter e Mary Jane voltam para Nova Iorque, e durante um ataque do Duende Verde, Ben é empalado (vish!) pelo jato do Duende e se dissolve (!). É isso que acontece se você morre e é um clone! Novo plot-twist, novo revés! Vemos novamente que durante todo esse tempo Peter Parker era o Peter Parker original (eu avisei que era confuso). Ben Reilly morre nos braços de Peter.

A Conspiração do Clone

Dessa vez demorou um pouco mais a retornar, mas Ben Reilly é trazido de volta por Miles Warren (O Chacal) na saga Dead No More: The Clone Conspiracy, lançada nos Estados Unidos em dezembro de 2016, e que agora é lançada pela Panini na revista mensal do Homem-Aranha no Brasil: O Espetacular Homem-Aranha números 16, 17 e 18 (corra para as bancas).

Então o Chacal descobre uma maneira mais eficiente de clonar pessoas (podendo clonar apenas alguns órgãos e também pessoas mortas). Após clonar Reilly, o Chacal é convencido por Reilly a ressuscitar uma cambada de vilões e personagens já mortos durante todos os 56 anos de existência do Homem-Aranha. Esses novos clones se degradam conforme o tempo, caso eles não tomem uma pílula que os faz retornar a plena saúde.

Agora no comando de Reilly, todos esses vilões e pessoas adotam a ideia de que todas as pessoas podem ser ressuscitadas e viver felizes novamente com seus entes queridos.

Ele assume o manto do Chacal e cria a Nova VC Tecnologia para vender seu produto de clonagem ao mundo.

O novo Chacal, um desafio para o herói.

Um vilão que também é trazido de “volta” é o Dr. Octopus, assim como Rhino, Electro, Lagarto e o Gatuno (que tem uma história tie-in só dele na Revista Aranhaverso da Panini). A premissa chega ao agora proprietário da internacional Indústrias Parker, nosso Homem-Aranha, quando um dos seus funcionários é ferido gravemente e a única alternativa para salvá-lo é adquirir a solução da Nova VC. Peter tem seu sentido de aranha acionado, o que o leva a investigar a novíssima empresa. Lá ele descobre novamente Gwen Stacy clonada e toda a gama de vilões e pessoas que estavam “de volta”. O Chacal, obviamente sabendo quem é o Homem-Aranha, sugere que ele traga de volta o único personagem de toda Marvel que nunca foi trazido de volta: o Tio Ben! Comentem abaixo se tem outro e esqueci.

O Aranha surta com a proposta mas não cai na onda do ‘novo vilão’.

Após algumas lutas com Octopus e outros vilões, Parker e Reilly salvam o mundo e todos os clones, mas Octopus e Reilly são dissolvidos e dados como mortos.

A saga conta também com a participação da estilosa Gwen-Aranha (vinda de outra realidade), Kaine – outro clone de Peter Parker com uniforme bacana, o Gatuno (Hobie Brown) e uma ponta mal explicada de Teia de Seda (Cindy Moon).

Agora temos vários vilões e pessoas-clone novamente vivos.

Apesar de lindamente ilustrado por um dos meus artistas preferidos, Jim Cheung (Infinito, Guerra Civil 2, X-Men vs. Vingadores), e pelo titular da revista do Aranha, Giuseppe Camuncoli, os roteiros de Dan Slott deixam a desejar, em uma história rasa que volta a um tema já utilizado diversas vezes na cronologia aracnídea.

E você já leu? Qual sua opinião? Manifeste-se também nos comentários!

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Éderson Nunes

@elnunes

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