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Better Call Saul | Crítica da 4ª temporada

Quando uma das melhores séries da televisão americana ganhou um spin-off (filme, série, livro ou conteúdo relacionado), todos os fãs de Breaking Bad receberam a notícia com extrema alegria e um pouco de desconfiança. É normal, pois poderia uma série do advogado-charlatão mais querido de Albuquerque manter o excelente nível da série original? Temos mais de uma resposta para essa pergunta, mas antes de respondê-la, fique com uma introdução às temporadas anteriores, ou pule para o sétimo parágrafo.

Better Call Saul estreou na AMC americana e aqui na Netflix (um episódio por semana) em fevereiro de 2015, nos apresentando James “Jimmy” McGill (Bob Odenkirk) um advogado cheio de malemolência e sempre dando jeitinhos de resolver seus casos. Durante essas quatro temporadas, Jimmy recebe muitas lições, criou um escritório com o seu affair Kim Wexler (a ótima Rhea Seehorn), entrou em tretas com seu irmão que tem uma espécie de alergia a eletricidade e desafiou grandes empresas. Tudo isso o levou a se tornar o “glorioso” Saul Goodman que conhecemos em Breaking Bad.

Na série temos participações especiais de parte do elenco da série original, como Tuco Salamanca (Raymond Cruz), Hector Salamanca (Mark Margolis), os gêmeos Salamanca (Luis e Daniel Moncada), Lydia Rodarte-Quayle (Lausa Fraser), Francesca (Tina Parker), Gale (David Costabille), e claro, Gus Fring (Giancarlo Esposito) e Mike (Jonathan Banks). Lembram de mais alguém? Deixe nos comentários.

Nunca se meta com Mike (Jonathan Banks). Foto: Divulgação/Netflix

Alguns personagens tem praticamente uma trama a parte, e às vezes pouco se entrelaçam com a trama principal de Jimmy. É o caso de Mike, que tem parte do seu passado contado como quando começou a trabalhar para Gus, sua relação com a família e, o mais interessante, sua resiliência e frieza para resolver os “trabalhos” que chegam até ele. Outra trama paralela é a da família Salamanca, onde descobrimos como Hector ficou na cadeira de rodas e mesmo assim se tornou um dos grandes senhores do crime de Albuquerque.

 

Dado todo o contexto, uma das respostas à pergunta inicial é: Sim, a qualidade do roteiro e das atuações estão no mesmo nível de Breaking Bad. A outra resposta seria: mais ou menos. Digamos que ela deixa um pouco a desejar, pois quando estamos com Jimmy e Kim nos casos judiciários, pode ficar um pouco maçante. Mesmo assim, totalmente compreensível dentro do contexto em que estamos. Talvez um pouco mais de ação e cenas chocantes (mind-blowing) que adoramos em Breaking Bad nos daria mais animação ao assistir. Entretanto, o carisma de Bob Odenkirk nos mantém esperançosos que mais laços entre uma de nossas séries preferidas sejam forjados com a renovação para a quinta temporada. Vimos na SDCC 2018 o painel em que confirmaram essa informação.

 

Apesar dos rumores de que Bob Odenkirk tenha voltado a beber após 30 anos sem álcool (o que é verdade, mas porque que ele participou de um show americano onde as pessoas tem que reagir a situações estando bêbadas), mesmo assim ele não voltou ao alcoolismo. E esperamos que ele siga forte!

 

Quarta temporada

A quarta temporada iniciou com a repercussão do fatídico final da terceira. Enquanto Jimmy procura uma nova profissão, Kim começa a pegar casos/trabalhos sociais para ajudar pessoas, ajudar Jimmy a se livrar de problemas (inclusive ficamos na torcida quando um deles dá certo – é errado isso, gente – não torça para os anti-heróis), o que atrapalha seu serviço principal com o banco Mesa Verde.

 

No lado do tráfico da série Nacho (Michael Mando) se complica com a chegada de um sobrinho de Hector Salamanca, e Mike continua no comando da segurança da construção da fábrica subterrânea de metanfetamina de Gus. Apesar de algumas coisas em aberto (o que aconteceu com Lalo (Tony Dalton) e Nacho que sumiu no final da temporada? e também como foi concluída a fábrica de Gus?), os rumores do final da série vieram de encontro com o final do último episódio, quando Jimmy consegue sua profissão de volta (por meio de tramóias novamente) e com a frase final dele: – It´s all good, man! (Saul Goodman).

Creio que uma quinta temporada virá, mas deverá ser a derradeira, e talvez siga um pouco arrastada, pois quase tudo foi resolvido e estamos bem perto do momento em que (cronologicamente) começa Breaking Bad.

Kim Wrexler (a ótima atriz Rhea Seehorn), sempre resolvendo as tretas de Jimmy.

Confio em Vince Gilligan e também quero saber onde Kim Wrexler se encaixa (ou não) em Breaking Bad.

Éderson Nunes

@elnunes

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