Beckett é um bom filme de caçada humana

Estreia na sexta-feira, 13 de agosto, mais uma produção Original Netflix estrelada por John David Washington (Tenet, Infiltrado na Klan). Depois de dividir a tela com Zendaya, em Malcolm & Mary, agora Washington faz par romântico com Alicia Vikander (Tomb Raider: A Origem), em Beckett. O filme que lembra outras produções, por ser meio clichê, consegue mesmo assim apresentar uma história curiosa e frenética, que vai valer o seu play no catálogo da empresa de streaming. A direção é de Ferdinando Cito Filomarino, de Antonia.

Todo rodado na Grécia, o filme inicia com Beckett (Washington) e April (Alicia Vikander), um casal norte-americano que está turistando pelo país europeu e aproveitando ao máximo os seus pontos turísticos, gastronomia, paisagem e por aí vai. Tudo muda quando os dois sofrem um acidente de carro, vitimando April e deixando Beckett sozinho em um lugar onde ele não domina o idioma, muito menos o itinerário que os dois estavam traçando. Isso é um detalhe interessante mostrado no longa, fazendo questão de enaltecer o perfil das duas pessoas que compõem o casal. Ela sabe bem onde está pisando e é super organizada. O problema, é que centraliza todas as responsabilidades. Ele é receoso para tomar algumas decisões, não consegue ser multitarefa e toma remédios para insônia. 

Agora sozinho na Grécia, nosso protagonista mal tem tempo para lidar com o luto, já que, sem motivo aparente, começa a ser perseguido e precisa lutar para se manter vivo, ao mesmo tempo que busca ajuda da Embaixada Americana no país.

Beckett é mais um daqueles filmes de caçada humana, no qual você não pode confiar em ninguém e deve desconfiar de todas as situações. Porém, introduzir elementos políticos vividos no local, bem como o drama vivido pelo protagonista, que aos poucos vai ganhando mais causas pelas quais lutar, faz com que o novo longa da Netflix seja gostoso de acompanhar. Destaque para a atuação de John David Washington, que parece mais vulnerável do que em seus outros filmes, como Tenet, por exemplo, em que ele é autoconfiante e dá cabo de vários adversários ao mesmo tempo.

Claro, temos algumas coisas que incomodam em Beckett, como o fato de ele sempre encontrar alguém que fale a sua língua e esteja disposto a ajudá-lo, em uma jornada que percorre várias cidades ao longo da sua trajetória até Atenas. Isso tira um pouco do peso do filme, e que facilita toda a jornada.

Beckett é um bom exemplo de como assuntos políticos podem ser usados como cortina de fumaça por pessoas mal intencionadas (alguém aí lembrou do Brasil?). Além disso, segura o espectador com o carisma de Washington, que pode ser o Will Smith da nova geração, passeando por diferentes gêneros cinematográficos e se destacando cada vez mais. As paisagens gregas, bem como os encaixes da trama contribuem para que a história nada original, ganhe o seu destaque entre as produções similares já vistas anteriormente.