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Baki – O campeão (parte 2) | Crítica

Caso você tenha considerado esdrúxulas algumas lutas da primeira parte de Baki – O Campeão, prepare-se para os novos episódios que estrearam em março na Netflix. O enredo, que já não surpreende mais, faz com que a capacidade de descrença esteja presente a cada embate (é quase uma necessidade), deixando tudo sem muito sem graça.

Exemplos como: alguém sendo arremessado da janela de um prédio muito alto, vítima de uma explosão em uma escola de artes marciais ou até mesmo caindo no alto mar e, mesmo assim, ninguém correndo risco nenhum de morte, fazem com que o expectador perca toda e qualquer tensão, achando tudo aquilo muito tedioso. Afinal de contas, alguém morrer em Baki é quase impossível (até mesmo nas explicações sem noção sobre a morte de dois personagens sabemos que tudo não passa de um blefe).

Morrer é quase impossível nesse anime. No máximo você fica muuuuito ferido

Porém, o que se pode apontar como o principal defeito dessa segunda parte de Baki – O Campeão é a pouca presença de tela de seu protagonista, que dá nome ao anime. Legal mostrar, assim como na primeira temporada, os dilemas de um adolescente (afinal ele tem apenas 17 anos), diferente de outras animações japonesas que tratam os jovens como adultos, inclusive em seu diálogos. Contudo, na segunda parte da história de Baki, vemos a evolução de seus sentimentos a respeito de Kozue, abordando desta vez a perda da virgindade. Agora, isso ser uma espécie de “ponto de virada” de nosso herói é ruim demais! Não é porque você transa que de uma hora para a outra vai sair dando porrada em todo mundo em um nível superior. E no final das contas, quase não vemos essa tal nova “super força” de Baki.

Infelizmente vemos poucas cenas como essa, em que Baki está em ação

Mas a história em seu último arco se perde mais ainda, deixando tudo mais confuso, introduzindo Muhammad Ali (isso mesmo!), exaltando e ao mesmo tempo menosprezando o reconhecidíssmo boxeador, em uma homenagem desnecessária, apenas para incluir um personagem na história na terceira parte. E isso acontece logo após o encerramento das pontas soltas da primeira temporada, que ficaram tão sem graça que faz parecer que os criadores se deram conta que perderam a mão e precisam urgentemente resetar a trama.

Nem os cinco vilões da primeira temporada entenderam a conclusão de seus arcos

Baki – O Campeão acerta na qualidade do traço e também nos momentos de explicação das técnicas de lutas e questões de curiosidades sobre o corpo humano e outros experimentos. Acerta também na apresentação de personagens já existentes na história usando flashbacks – já que adapta uma das últimas sagas do mangá original. Entretanto, peca no roteiro, que se preocupa mais em colocar todo mundo pra lutar do que com a jornada de seu próprio personagem.

Veredito da Vigilia

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