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Baki – A Saga do Grande Torneio Raitai é a melhor temporada do anime | Crítica

Após uma temporada dividida em duas partes, Baki – O Campeão chega à Netflix no ápice de qualquer anime Shounen (gênero de mangás voltado ao público adolescente masculino): um grande torneio de Artes Marciais. Sim, a série que ficou mostrando marmanjos se batendo nos mais diversos cenários, agora reuniu todos eles em apenas uma arena e organizou um pouco melhor a bagunça que foram os episódios anteriores.

Na saga do Grande Torneio Raitai, temos uma competição que se passa na China a cada 100 anos, reunindo os melhores lutadores daquele país, os famosos Kaiohs, junto de convidados do mundo inteiro. Dentre os convidados temos obviamente o nosso protagonista Baki Hanma, seu pai Yujiro Hanma (o homem mais forte do planeta), Mohammad Alai Jr. (sim, o filho genérico de Muhammad Ali!), o Desacorrentado Oliva, entre outros competidores estrangeiros. É nesse torneio que o anime nos entrega os melhores episódios de Baki até então, por mais que sejam clichês (lutadores de diferentes estilos se enfrentando; dois competidores conversando do lado de fora e nos explicando tudo o que não estamos entendendo; regras mudando no decorrer da história, etc..). Não que isso tudo seja ruim, pelo contrário. É exatamente isso que queremos ver quando um anime nos apresenta uma competição envolvendo os maiores praticantes de Artes Marciais. 

Yujiro continua sendo cruel em suas lutas

O toque particular que o anime acrescenta aqui é o fato de que o orgulho dos Kaiohs se transforma em xenofobia. Conforme os competidores chineses vão perdendo, a imagem do estilo de luta daquele país fica arranhado, provocando a ira do atual campeão, o Kaioh Supremo, que está participando do torneio. Não pense que você leu errado não. O homem que venceu há 100 anos está vivo e lutando. No final das contas, isso é algo tranquilo comparado a todas as bizarrices que já vimos em Baki. 

Kaioh Supremo: lutando pela segunda vez em um torneio que acontece a cada 100 anos

Um problema já recorrente no anime volta a dar as caras nessa saga, que parecia ter tudo para ser a melhor. A falta de oportunidades de vermos Baki lutando. Temos apenas dois momentos do jovem Hanma, que são tão rápidos, que fica difícil saber as verdadeiras características do nosso protagonista nos ringues. Outro ponto negativo na série é a rapidez com que outras lutas acontecem, fazendo com que o Torneio Raitai se encerre no oitavo episódio, iniciando um outra trama logo depois. Fica aquele gostinho de quero mais.

Baki e suas lutas relâmpago

A nova trama é testosterona pura. Ao retornarem para o Japão, Alai Jr. desafia Baki para uma luta, mas ele recusa o convite, dizendo que só usará as mãos mais uma vez na vida e elas estão reservadas para o seu pai, Yujiro. Não aceitando esse desdém, Jr. começa uma jornada para roubar tudo do filho do Homem Mais Forte do Mundo (e nesse momento, quase rouba o protagonismo de Baki de seu próprio anime). Primeiro, ele pede Kozue, a namorada de Baki, em casamento; depois, entra em combate contra todos os lutadores clandestinos da cartilha de valentões over power do mundo do anime, e, por fim, depois de estar todo arrebentado, apanha do próprio pai, o famoso Mohammad Alai, que voltou aos ringues, mesmo sendo um sexagenário (temos mais um caso de relacionamento tóxico entre pai e filho na série). Depois de tudo isso, e de muitos ossos quebrados, temos a tão aguardada luta entre Baki e Alai Jr. E mais uma vez temos um embate ligeirinho de Baki, que decepciona. Então (agora sim!) acontece o que todos queriam: Baki x Yujiro. Porém, isso fica para uma próxima temporada.

Alai Jr. forçando a barra com a Kozue

Próxima temporada aliás, que começa no último episódio, que nitidamente é o primeiro capítulo de uma nova aventura e não o encerramento da que estamos assistindo. Enquanto os novos episódios não chegam, confira a nossa crítica da primeira e da segunda temporadas de Baki – O Campeão.

Apesar de tudo, Baki – A Saga do Grande Torneio Raitai é a melhor temporada do anime. E, como você deve ter percebido, mesmo assim fica devendo, já que vemos mais outros personagens e seus poderes do que o do próprio protagonista. O que pode desanimar mais ainda é o fato do último episódio trazer de volta à pauta os vilões insanos da primeira temporada. Isso pode atrapalhar o bom andamento que estava se desenhando, explorando o péssimo relacionamento da família Hanma, que não tem outro destino, senão a auto-destruição. 

Veredito da Vigilia

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