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Annabelle 3: De Volta Para Casa, o clichê divertido que garante os sustos | Crítica

Preparados para mais um confronto com a boneca do mal mais famosa da atualidade? Annabelle 3: De Volta Para Casa estreia no dia 27 de junho contando um novo capítulo na saga do casal Warren. Desta vez, Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga) dão espaço para a filha Judy (Mckenna Grace) em um longa que nos espanta já pelas escolhas. Desde cedo o diretor Gary Daubermann coloca as cartas na mesa. Esse não será mais um filme com o casal de demonólogos, mas sim, uma aventura da menina, em um clássico terror adolescente de mansão mal assombrada. Desta vez, o palco é a própria casa dos Warren, que, nem tão prudentemente, guarda toda sorte (ou seria azar?) de materiais amaldiçoados dentro de um quarto no porão de casa. E essa é a caixinha de brinquedos que teremos aberta em Annabelle 3.

Com uma cortina de que Judy possui dons parecidos com os da mãe – ver espíritos e fantasmas – e que ela sofre com a repercussão do trabalho dos pais, logo vemos estabelecidos alguns rápidos conflitos que ajudam a contar um pouco da personalidade da menina. Junto com ela, também somos apresentados à babá Mary Ellen (até o nome faz parte do estereótipo) que é interpretada por Madison Iseman. A empregada dos sonhos para o casal Warren. No entanto, ela tem uma amiga que vai agitar o clássico clichê norte-americano da “aventura” vivida pelas crianças que ficam em casa enquanto os pais vão viajar. Daniela (Katie Sarife) também conhece o trabalho dos pais de Judy. A melhor amiga de Mary Ellen, portanto, tem vários interesses e curiosidades sobre os segredos guardados no quarto lacrado, e que recebe bençãos semanais para “segurar os espíritos do mal”. Completa o elenco o interesse amoroso da babá, Bob (Michael Cimino), cujo apelido vai render inúmeras (e infames) piadas do início ao fim do filme.

Judy (Mckenna Grace) é melhor não brincar com essa boneca!

Com toda a apresentação feita, somos levados ao que já imaginávamos. A caixa de pandora dos espíritos do mal é liberada pelo comportamento duvidoso de Daniela. A partir daí, temos uma sequência de agonias, sustos e personagens do mal. Um cachorro gigante, que espelha uma espécie de lobisomem, um samurai (que não afeta tanto assim a trama), o fantasma do barqueiro, outro espírito de um jogo de tabuleiro sinistro, e claro, a pior delas, a própria Annabelle. Vale ressaltar que os sustos são garantidos. Daubermann segue a receita de James Wan (Aquaman, Invocação do Mal), que também assina o roteiro, e cozinha muito bem a expectativa da plateia durante as ações dentro da casa. Os maiores sustos estão realmente ligados à boneca. Nisso, Annabelle 3: De volta para Casa é especialmente competente, ficando muito à frente dos famigerados A Freira (o pior de todos) e A Maldição da Chorona (mediano).

Mary Ellen (Madison Iseman), Daniela (Katie Sarife) e Judy (Mckenna Grace) olhando para o lado errado

No entanto, Annabelle 3 não passa disso, um terror adolescente que destoa da já longínqua “seriedade” apontada em Invocação do Mal. Há alívios cômicos (alguns bons, outros nem tanto), e um clima interessante, mas falta peso. Nada do que acontece nos gera alguma preocupação maior ou tem alguma grave consequência. Aliás, quase nada no filme tem consequência, e até mesmo Ed e Lorraine estão ali para tecer mais alguns momentos de ternura e humor do que partir para cima de algum demônio propriamente dito. E neste ponto, Annabelle 3 acaba ficando mais perto de uma matinê do que propriamente um filme de terror impactante. Ao final de tudo, você ainda vai sair aliviado do filme, e com uma sensação tão boa quanto a de um blockbuster comercial. Ainda assim, vale a pipoca pelos sustos que sucedem o desfecho.

Veredito da Vigilia

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