Análise técnica: port de Doom Eternal é um verdadeiro milagre da Panic Button! no Switch

Quando o Nintendo Switch foi lançado em 2017, parte das críticas mais pesadas ao console era sua capacidade de rodar jogos da nova geração, mantendo a portabilidade e oferecendo, ao menos, um nível similar ao ser colocado no dock. O discurso dos negacionistas começou a mudar em setembro quando a Nintendo anunciou a chegada de Doom (2016) para o console. O choque foi ainda maior quando o resultado foi superior ao esperado até por especialistas em hardware e colocou a responsável pelo port, a empresa Panic Button!, em evidência. Eles ainda foram responsáveis pelos ports de Wolfenstein 2 e Youngblood, outras duas difíceis adaptações e Rocket League para o híbrido da Nintendo. Seu maior desafio, no entanto, seria portar a sequência de Doom, Doom Eternal, lançado em março deste ano para outros consoles, e manter um nível de qualidade e estabilidade ao menos similar. O resultado foi melhor do que o esperado.

Portátil tem ótimo desempenho mas resolução baixa

À primeira vista, testando no modo on the go, o jogo apresenta bastante blur e queda de FPS (frames por segundo) durante as cutscenes. Doom Eternal atinge, no máximo, 720p na resolução dinâmica, ou seja, adapta conforme a necessidade para garantir o melhor desempenho. No entanto, mesmo em momentos de muito combate e frenesi visual, o gameplay não sofre das mesmas quedas. A diferença é que, durante as cutscenes, o jogo roda com uma melhor resolução, perdendo o embaçado incômodo. As texturas também sofrem um impacto visual bem grande e o serrilhado é visível, principalmente quando o jogador está distante das criaturas. Ao chegar perto para as execuções gloriosas, a resolução aumenta significativamente e a animação vai para uma qualidade superior. Os cenários detalhados sofrem o mesmo baque, com terrenos mais simplistas e backgrounds diluídos com o blur.

Mas para garantir a estabilidade nos confrontos, o port prioriza o desempenho à qualidade visual. Ainda assim, a experiência portátil é bastante satisfatória. Como os níveis de Doom Eternal são muuuuuito longos, a possibilidade de pausar, fazer outra coisa e voltar em qualquer lugar da casa para passar mais uma etapa torna a experiência mais agradável. O giroscópio, outra exclusividade do Switch, que permite mirar e corrigir a mira com um movimento leve dos joy cons também facilita a precisão dos ataques. Além disso, o que mais me surpreendeu foi o excelente resultado na duração da bateria. Diferente de outros jogos, como Animal Crossing, o Switch não sofre pra rodar Doom Eternal. A ventoinha raramente liga para auxiliar no resfriamento e isso ajuda na duração do jogo no portátil. Jogos como AC e Zelda tendem a drenar a bateria em pouco mais de uma hora, mas Doom Eternal garantiu quase 2 horas de duração antes de atingir os 15%. Dá quase pra completar uma fase do jogo.

Na TV, a verdadeira surpresa

Surpreendentemente, no dock o jogo teve um desempenho pra lá de superior em relação ao portátil. Diferente de The Witcher, portado pela Saber, onde o modo TV ficava bem mais prejudicado, Doom Eternal elimina o problema de quedas de frames nas cutscenes, mantendo uma boa resolução e até diminui o blur na resolução durante o gameplay, mantendo firmes os 30 fps (metade do desempenho de PS4 e XONE, mas que não chega a afetar o gameplay de forma relevante). A qualidade das texturas melhora muito e quase se aproxima das versões de consoles melhorados da geração passada, como o PS4 Pro.

Além disso, sem a necessidade de economizar a bateria, o jogo pode focar todo a sua energia em oferecer melhores renderizações do cenário. O port de Doom Eternal é realmente um milagre, um trabalho de qualidade da Panic Button! e uma surpresa louvável no fim de ano do Switch. Se a questão técnica era algo que te impedia de comprar o jogo, vá sem medo.

Mas e o jogo?

A review completa de Doom Eternal sai nos próximos dias, fique ligado! Doom Eternal foi cedido pela Nintendo para review!

*Crédito da Imagem de capa: Nintendo Life

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