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Amigos para Sempre: pipoca e nuances | Crítica

Acho que a melhor forma de começar essa crítica é dizer que a gente vai fazer o mínimo possível de comparações entre as versões já realizadas desse filme, certo? A gente também pode concordar que a versão original é a melhor e ninguém fica triste. Lembrando: o original é “Os Intocáveis”, de 2011, dirigido por Olivier Nakache e Éric Toledano, com Omar Sy e François Cluzet, um dos filmes franceses mais assistidos no cinema em todos os tempos, e temos ainda uma versão argentina chamada “Inseparáveis”, de 2017, que é exatamente a mesma coisa.

Amigos para Sempre chega às telas de cinema trazendo a história de Philip LaCasse, um milionário tetraplégico e interpretado por Bryan Cranston (nosso eterno Walter White, de Breaking Bad). Kevin Hart, que até então é muito conhecido por suas comédias (tais como Jumanji: Bem-vindo à Selva), interpreta Dell, um ex-presidiário que vira cuidador pessoal de Philip e muda completamente a vida de todos. Nunca pensei que seria possível um filme com Bryan Cranston e Kevin Hart como protagonistas dar certo. É uma mistura audaciosa que funciona muito na atuação e consegue criar uma boa química entre os dois.

Outra parte importantíssima do elenco é a presença de Nicole Kidman como Yvonne, a executiva e responsável por Phillip. É diferente ver a mesma atriz que deu vida a Rainha Atlanna em Aquaman, ser a moça comportada, que estudou em Harvard e que tem uma vida voltada ao altruísmo.

Imagine o trabalho do continuísta para manter essa sala em ordem

Muito mais do que um filme direto e simples, Amigos para Sempre é uma produção de nuances e perspectivas. Dirigido e produzido por Neil Burger, que também foi responsável pelos filmes da franquia de Divergente, o filme traz para o cinema o exercício de fazer com que quem assiste se coloque no lugar dos personagens, tendo a experiência de vários pontos da mesma história.


Mesmo que aquilo pareça um microfone, não é. Descobri depois de uns 20 minutos de filme

A única comparação necessária entre o remake americano e o original francês é sobre a profundidade dos dois. Quem assistiu o original, vai, com certeza, perceber que o remake é muito mais raso. Amigos para Sempre tenta acomodar uma história cheia de detalhes em um filme compacto e, em algum momento – provavelmente nas passagens de tempo que não fizeram muito sentido – se perde. Tudo parece um pouco corrido e leviano demais para um momento de mudança na vida dos protagonistas.

Indico Amigos para Sempre para quem não tenha assistido o original ainda ou quem não se incomode com remakes. Não me entendam mal, o filme é muito bom, o roteiro e as atuações também. Porém, ele é raso. Mas, comendo pipoca, vale a pena sim.

Veredito da Vigilia


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