CríticaSéries

Amigas Para Sempre: um drama leve sobre a vida

Amigas Para Sempre, nova série da Netflix, é uma história doce e divertida sobre uma amizade para a vida toda.

De histórias de amor de casais apaixonados estamos cheios. Não que isso seja uma reclamação, até porque os lançamentos recentes, como “Bridgerton” e o filme “Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre”, vieram para encher os nossos corações e nos fazerem suspirar.

Em “Amigas Para Sempre”, a história de amor é diferente. É sobre a jornada de duas mulheres, Kate (Sarah Chalke) e Tully (Katherine Heigl), ao longo de suas jornadas pessoais e profissionais. 

Com flashbacks de suas versões adolescentes, nos anos 1970 e, em seguida, como jovens adultas, na década de 1980, temos aqui a chave para uma boa trilha sonora, contando com clássicos do Duran Duran, Cindy Lauper, INXS e muito mais. Apesar dos figurinos e penteados um tanto exagerados ou da “forçação” de mostrar as nossas protagonistas como se tivessem metade de sua idade atual, a nostalgia funciona, principalmente nas ambientações dos anos 1970.

O tempo “presente” se passa em 2003, a era do celular blackbarry. Por falar em nostalgia, foi exatamente esse sentimento que tive ao relembrar Gilmore Girls em texto recente aqui para a Vigília. Foi uma década em que a internet, cada vez mais, se consolidava e começava a intervir nos relacionamentos amorosos, o que até virou pauta dentro da série. Além disso, ainda comparando com GG, pode-se destacar que as duas são produções para curtir sem grandes preocupações, refletindo e rindo sobre as questões rotineiras da vida.

amigas para sempre netflix anos 70
Nos anos 70: Roan Curtis é Kate e Ali Skovby é Tully

Um ponto interessante sobre a série são as diferenças entre as personagens principais. Além de personalidades muito opostas, cada uma seguiu um caminho distinto. Enquanto Kate fez uma pausa em sua carreira como produtora jornalística para se dedicar à família, Tully ganhou as telas e virou celebridade. Questionamentos sobre essas escolhas surgem, de ambos os lados, em diversos momentos da trama, pauta recorrente em obras protagonizadas por mulheres.

Mesmo esse aspecto sendo um dos focos, temos aqui duas protagonistas fortes e muito relacionáveis, pois, a partir dos flashbacks, conseguimos acompanhar os seus desenvolvimentos e evoluções, em momentos inspiradores e empoderados, mesclados ainda a pautas importantes como menstruação, abuso sexual e drogas. 

Os personagens de apoio são um bom ponto de “Amigas Para Sempre”. Os pais de Kate (Chelah Horsdal e Paul McGillion), por exemplo, têm sua própria história de fundo, que ainda não foi totalmente explicada. É o mesmo caso com Sean (Quinn Lord/Jason McKinnon), que traz a temática LGBTQ+ em uma época ainda mais complicada.

Já Johnny (Ben Lawson), marido de Kate e produtor do programa de Tully, talvez tenha tido o seu background explorado demais, como uma tentativa exagerada de criar um drama que nos deixou em um cliffhanger quase forçado.

“Amigas Para Sempre” ou “Firefly Lane” (nome da rua em que as amigas moravam em sua juventude) deixou muitas janelas abertas (talvez até demais), em uma esperança quase desesperada de agarrar o público e assim garantir a sua segunda temporada. Apesar disso, espero sim que a série seja renovada, pois mesmo podendo ter sido apenas uma minissérie, a obra é leve, divertida e super recomendável. 

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *