Altered Carbon | Crítica da 1ª temporada
Prepare-se para um universo ficcional onde ninguém é o que parece ser. Com essa ideia, e cheia de reviravoltas, Altered Carbon, nova série original da Netflix é a grande aposta para inovar o catálogo de séries inéditas. A estreia é no dia 2 de fevereiro, com todos os 10 episódios disponíveis de uma vez só. E a julgar pela produção caprichada, a série deve ganhar grande destaque e audiência. Detalhe: a censura é 18 anos e a segunda temporada está praticamente confirmada.
A história é baseada na ficção científica e clássico cyberpunk noir de Richard K. Morgan, e traz uma mistura de história de investigação, assassinato, amor, sexo e traições. Passada 300 anos no futuro, a realidade apresentada nos joga para uma sociedade totalmente transformada pela tecnologia e com diferentes planetas e ambientações. E nela, a possibilidade da vida eterna existe, principalmente para os mais abastados. Com a consciência digitalizada em algumas espécies de chips, ela é intercambiável por diferentes “capas”, que são corpos preservados e construídos para receber a “vida” armazenada nesses equipamentos (que mais parecem discos, numa referência ao símbolo químico do carbono).
Mas não é só isso. O universo rico criado por Richard. K. Morgan ainda envolve diversos segmentos de sociedade, espécies humanóides, alguns monstros (você vai lembrar do Rino, inimigo do Homem-Aranha), clones, híbridos e situações bem impressionantes. Nesses segmentos temos o nosso mocinho Takeshi Kovacs, “principalmente” interpretado por Joel Kinnaman (House Of Cards e Esquadrão Suicida). O “principalmente” é porque num mundo em que diferentes “capas” existem, um personagem pode ganhar vida por diferentes atores. Kovacs é um sobrevivente de um grupo de soldados, o último emissário. Ele é contratado para resolver um assassinato que ainda não aconteceu. E quem o contrata é exatamente a própria vítima.
E para a adaptação, a Netflix não poupou recursos. Produzida em parceria com a Skydance, logo se nota que cenários, efeitos especiais e ambientações são dignos das melhores produções de Hollywood. Inclusive, essa ambientação lembra em muitos momentos os cenários criados por Ridley Scott para o clássico Blade Runner (de 1982, e seguido por Denis Villeneuve, em 2017). Capricho bem diferente do que vimos em Defensores, por exemplo, onde isopor e papelão lembram cenas dos episódios do Chaves. Mas o mais legal dos primeiros episódios é o próprio roteiro, que te deixa inquieto e preocupado em acompanhar tantas informações. Temos algumas misturas de linhas temporais da história, principalmente com o uso de flashbacks para dar o background ao personagem principal. E aqui outro ponto instigante. Para ser acionado depois de 250 anos congelado, o nosso personagem principal é acordado em uma “capa” totalmente diferente da sua origem. Mais para frente, clones e outras misturas vão ajudar a dar um nó ainda maior nas nossas mentes.
Diferente de outras séries, Altered Carbon tem um ritmo bem mais ativo. Em todos os episódios teremos alguma boa cena de ação, sedução e novas descobertas. As metáforas da vida e das possibilidades do futuro são também outro ponto forte, além das inversões de expectativas. Algumas reviravoltas são bem inesperadas. Ao que tudo indica, a série tem tudo para ser uma das grandes obras da Netflix em 2018.