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Alita: Anjo de Combate é a melhor adaptação de mangá em Hollywood | Crítica

Alita: Anjo de Combate estreia no Brasil com um termômetro de expectativas batendo lá no alto para uma mistura que envolve Robert Rodriguez, James Cameron, Jon Landau, muita tecnologia e a história original de Yukito Kishiro, criador de Gunmm, ou, a partir de agora, só Alita mesmo. Não é pouca coisa. Mas é possível afirmar que quando se mistura coisa boa, a tendência é que o resultado não fique longe disso. E provavelmente os fãs do mangá, do anime, de Rodriguez ou mesmo de James Cameron, vão sair satisfeitos da sessão de estreia da personagem cyberpunk nas telonas. Entre muita pancadaria, cenas de tirar o fôlego, algumas derrapadas e duas horas de filme, o final ainda aguarda uma boa surpresa. Dica importante: se puder assista em IMAX. Alita estreia dia 14 de fevereiro.

A adaptação de Alita para o cinema envolve várias tramas oriundas dos materiais originais e não deixa de lado a oscilação entre uma personagem afável (e mais humana que muita gente), mas também violenta. O que marca o filme logo de cara é realmente a tecnologia e os efeitos especiais que envolvem dois nomes que costumam se dar muito bem com o casamento de sétima arte e tecnologia. James Cameron dispensa apresentações, revoluciona a indústria cinematográfica e a forma de inovar essa arte desde os anos 80. E Rodriguez conquistou um lugar cativo dentro do coração de muitos nerds a partir de sua excelente adaptação da Graphic Novel Sin City, do também mestre Frank Miller. O cara sabe usar o “fundo verde” como poucos. Vai ser difícil então rolar alguma crítica quanto aos efeitos especiais, que ao contrário de outras adaptações de mangás para as telonas (tipo Ghost In The Shell), conseguiu manter a essência, inclusive com os olhos de Alita tão grandiosos quanto os traços japoneses.

Rosa Salazar realmente é Alita

Alita por si só é uma atração. Seus movimentos, olhos, texturas e interpretação (sim temos Rosa Salazar por trás de todo o CGI) conquistam o público desde o início. E, depois de ser encontrada pelo Dr. Dyson Ido (Christoph Waltz) no ferro velho da fictícia Zalem, no que restou do planeta Terra após uma incrível invasão alienígena, ela tem sua vida reativada. No entanto, acorda em um novo corpo e sem alcançar sua memória, que guarda segredos importantes, e que serão revelados no decorrer da história. Começa então uma jornada de descobertas. O seu novo “pai” e criador também guarda alguns mistérios e a adaptação e as mudanças em relação ao original serão sentidas pelos fãs de Alita (ou Gally, no original). Mas é de se louvar que essa adaptação ficou muito bem resolvida. Agora renovada, Alita terá que se adaptar ao novo mundo, onde androides e humanos convivem, e nem sempre pacificamente. Principalmente se nessa equação existirem caçadores-guerreiros, que para ganhar a vida podem, ou devem, acabar tirando ou roubando peças uns dos outros. É só o início da história.

James Cameron e Robert Rodriguez nos cenários fantásticos de Alita

E é talvez na longa história contada que o filme se perca um pouco, e até mesmo possa confundir o público que vê tudo isso pela primeira vez. São vários outros personagens que entram nisso tudo. O bom é que o elenco segura muito bem as pontas: temos Vector, na pele de Mahershala Ali (Green Book – O Guia), que vai querer uma parte importante de Alita em suas partidas de Motorball e vai jogar sujo para isso. A ex-mulher de Ido, Chiren (Jennifer Connelly), uma inescrupulosa aliada de Vector que fará de tudo para sair da cidade de sucata e subir para a cidade rica de Zalem, e também os androides Zapan (Ed Skrein) e Grewishka (com um quase irreconhecível Jackie Earle Haley). E não é “só isso”. Temos ainda Hugo, o affair de Alita (afinal androides também amam) vivido por Keean Johnson.

Já queremos ver mais filmes da Alita

Mesmo com um andar não tão acelerado, o filme flui muito bem com as cenas de ação. Chega um momento que você pode se questionar onde tudo irá terminar. Mas as pistas estão lá, desde o início. Você pode até esquecer delas em alguns momentos, tamanho o encantamento da produção e cenas de luta e o girlpower inspirado por Alita. Daria para assistir só as lutas sem se apegar muito a história. Mas ela existe, e, depois de muito desenrolar, ela ainda guarda uma interessante surpresa antes dos créditos finais subirem. E ali você saberá que teremos novos encontros com Alita muito em breve (mas isso vai depender da bilheteria e do filme se pagar, afinal, ela terá que cobrir 200 milhões de dólares investidos pela Fox, o que não é pouco). E por ser uma das melhores adaptações de mangá japonês para um blockbuster hollywoodiano, a Vigília mais do que recomenda!

Veredito da Vigilia

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