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“Air: a História por trás do Logo” é o exemplo de como um bom roteiro salva uma ideia aparentemente comercial

Chegou aos cinemas de todo o Brasil Air: A história por trás do logo. O longa dirigido por Ben Affleck (Águas Profundas, Liga da Justiça) conta a história de como a Nike conseguiu contrariar expectativas, assinando uma parceria longeva e lucrativa com o, até então desconhecido, Michael Jordan. Parece uma história um tanto comercial e sem alma, mas aqui, na verdade, podemos entender o poder de uma narrativa bem-feita.

Iniciando com cenas dos anos 80, que mostram o boom consumista na década, Air: A história por trás do Logo não realiza uma crítica muito aprofundada sobre o tema, mas contextualiza tudo muito bem e deixa registrado como estava o mercado estadunidense na época.

Fazer paralelos entre os desafios nos negócios e o esporte não é novidade. Entretanto, a narrativa de Air faz isso de forma rápida, com diálogos inteligentes e boas escolhas, fugindo de discurso piegas de coach. Apesar de apresentar alguns clichês motivacionais (quase impossível se livrar disso), a história não enfraquece. Como já mostrou em outros filmes, em Argo, principalmente, Affleck conhece bem o riscado.

O elenco é outro ponto fortíssimo. Além de contar com o próprio Ben Affleck interpretando o excêntrico CEO da marca, Phil Kignight, temos também Matt Damon (O Último Duelo), que dá vida a Sonny Vaccaro, que com seu olhar atento, enxerga o que ninguém conseguia perceber no futuro astro Michael Jordan, ainda estava no início da carreira. Vaccaro se mostra disposto a arriscar seu trabalho e até a própria empresa usando a verba total de patrocínio com Jordan, apesar da preferência do atleta pelas concorrentes Adidas e Converse. A obra ainda conta com Chris Tucker, Jason Bateman, George Raveling e Julius Tennon, que interpreta o pai de Michael.

Matt Damon em Air
Matt Damon em Air

Apesar de competente na missão, Air peca na profundidade dos personagens. Os envolvidos na história não apresentam nenhuma complexidade psicológica ou algo que faça o público se conectar de vez com suas trajetórias. A única exceção é da excelente Viola Davis (A Mulher Rei) que, como sempre, entrega tudo. Mas isso, como sabemos, não é novidade. Desta vez, ela é Deloris Jordan, mãe de Michael Jordan.

Air: A história por trás do logo é um filme que não é absurdamente pretensioso, mas usa de um bom roteiro para entreter e ser uma delícia cativante. Afinal, se o roteiro é bom, já é meio caminho andado, não é mesmo? Ele também segue uma recente moda em Hollywood, que é baseado no cinema das coisas. Algo muito parecido com o filme baseado na história de Tetris (o popular jogo eletrônico das pecinhas). Mas isso é assunto para outra crítica!

Vale a pena ir ao cinema e curtir essa história bem contada em quase duas horas de filme.

Veredito da Vigilia

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