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Aggretsuko voltou ainda mais reflexiva | Crítica da 2ª temporada

Você assistiu a primeira temporada de Aggretsuko, anime produzido pela Sanrio (mesma empresa da Hello Kitty) em parceria com a Netflix? Então você já sabe que não se deve julgar um livro pela capa. A aparência fofa da personagem (um panda vermelho), assim como toda a estética da série, nos faz pensar que estamos diante de uma animação infantil e que abordará apenas temas rasos e com aquela famosa “moral no final do episódio”. Como citado, a primeira temporada desmistifica isso, assim como faz o Especial de Natal, e de maneira grandiosa, os novos episódios, que estrearam mundialmente no dia 14 de junho.

Na temporada inicial tivemos uma trama de empoderamento, assédio moral e uma sociedade reprimida. Agora, o plot foca na vida adulta e seus percalços. A nossa querida panda se vê envolta de uma confusão mental, criada desta vez pela sua mãe, que insiste em casar a filha (mesmo que contra a sua vontade). A partir daí, vemos como muitas vezes deixamos de crescer por iniciativa nossa e então acabamos cedendo pela pressão externa de familiares e amigos. No anime, vemos que essa insistência toda tende a ser prejudicial, ao mesmo tempo que dá uma guinada na vida de Retsuko. A panda vai aos poucos percebendo que algumas decisões precisam ser tomadas e metas traçadas, uma vez que ela está estagnada.

A mãe tá sempre querendo (nos) empurrar alguma coisa

O fato dos personagens em Aggretsuko serem representados por animais, faz com que os estereótipos sejam mais facilmente reconhecidos (como o seu chefe ser um porco, a colega de trabalho fofoqueira ser uma cobra, sua amiga preguiçosa ser um gato, entre outros). Isso também ameniza os “tapas na cara” que tomamos em alguns episódios, que abordam temas bem presentes na vida adulta e que muitas vezes aprendemos somente na marra.

Os momentos em que Retsuko extravasa no karaokê estão menores aqui, mas é compreensível, já que nesta segunda temporada temos mais personagens e também tempo de tela de outros coadjuvantes. Mas claro, quando a “fúria” aparece em sua testa, mesmo que em menor escala do que antes, vale muito a pena. E como outros personagens possuem mais espaço agora, eles também têm direito aos seus momentos de “fúria”, explorando até mesmo outros estilos musicais.

Essa vida adulta pode deixar as pessoas surtadas de vez em quando

A segunda temporada de Aggretsuko nos mostra que é difícil admitir que estamos virando adultos, já que hoje em dia esse período parece durar mais do que na época dos nossos pais, e por isso não sabemos distinguir quando é a hora dessa passagem. Além disso, não podemos generalizar e apenas nos ater a maus exemplos e experiências frustradas de outras pessoas, porque o crescimento varia para cada um. E, não menos importante, a nossa tão sonhada “alma-gêmea” pode estar debaixo do nosso nariz e não percebermos. Porém, também necessitamos conhecê-la muito bem antes de sairmos pintando o mundo cor-de-rosa. Crescer, é uma questão de dar tempo ao tempo e aprender com aqueles que estão à nossa volta.

Veredito da Vigilia

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