Agente Duplo: documentário indicado ao Oscar é forte e delicado
Indicado ao Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem, Agente Duplo é um filme chileno e o único representante da América Latina na premiação deste ano. Mas, fique preparado para este documentário. O assunto é delicado e pode ser sensível para algumas pessoas.
O filme de Maite Alberdi aborda um assunto delicado e pouco exposto: o abandono de idosos em lares. Na história, acompanhamos Sergio, um recém viúvo que é contratado por uma empresa para trabalhar como espião em um lar de idosos. Durante três meses, Sergio mora no lar e conhece o dia a dia das pessoas que residem por lá.
A solidão e o abandono na velhice estão presentes em todo o filme. Porém, os problemas com tecnologia amenizam as cenas tristes dos idosos que aguardam, dia após dia, as visitas de suas famílias. Lembramos de nossos tios e avós que precisam de auxílio para mandarem fotos, vídeos e áudios. Sergio nos diverte quando usa aparatos de espionagem e quando envia relatórios imensos, com detalhes que realmente não importam para a empresa de segurança.
Em diversas cenas, ficamos em dúvida sobre o gênero do filme. Afinal, da forma em que foi gravado, o documentário parece um filme gravado com atores e roteirizado. A fotografia, o enquadramento, as luzes e o estilo são diferentes do que é comumente usado em documentários, o que torna Agente Duplo um ótimo filme.
Lento, o ritmo do filme faz uma construção poética e emotiva sobre a velhice. É possível ver que o tempo passa vagarosamente na terceira idade. E como a família, que abandona esses idosos, faz falta no dia a dia de cada um que se encontra lá. Agente Duplo, apesar de ter um olhar delicado, traz uma mensagem forte.
Agente Duplo está disponível no Globoplay.