Crítica

Abracadabra 2: será que essa continuação faz sentido?

Chegou ao Disney+ essa semana, após 29 anos, a continuação de “Abracadabra” (Hocus Pocus, no original, de 1993), sobre o trio de bruxas de Salém, composto pelas atrizes Bette Midler, Sarah Jessica Parker e Kathy Najimy.

Abracadabra é um clássico de aventura da Disney que teve um final “redondinho”, sem muita abertura para continuações. Por conta disso, o anúncio da continuação deixou muitos (incluindo eu) apreensivos com a nova produção. A Disney, atualmente, vem investindo em peso em continuações e remakes, que, muitas vezes, assim como comentei na crítica de Pinóquio, acabam sendo desnecessárias.

E sim, Abracadabra 2 é uma continuação completamente desnecessária. No entanto, mesmo com esse comentário amargo, a obra provou que é possível honrar o passado, mantendo a mesma energia e se adaptando para os tempos atuais.

Logo no início do filme descobrimos a origem dos poderes das divertidas, malvadas e atrapalhadas irmãs Sanderson, quando eram adolescentes. A escolha das intérpretes juvenis de Winifred, Sarah e Mary foi muito assertiva, principalmente Taylor Henderson, que faz Winnie.

Daí a história segue nos dias atuais, tendo como personagem principal Becca (Whitney Peak, de O Mundo Sombrio de Sabrina), uma adolescente que faz aniversário justamente no Halloween.

Mas como, afinal, as irmãs Sanderson retornaram, após terem virado pó no Halloween de 1993? Bom, mágica não precisa ser racional! E agora preciso compartilhar um pequeno spoiler, que se tornou a chave para que essa continuação fizesse sentido. Acontece que um jovem avistou as bruxas em 1993, coletou informações e recriou a vela da chama negra, fazendo com que fosse possível repetir o feitiço que Winnie lançou quando as irmãs foram enforcadas em Salem. Uma explicação aceitável.

Tendo essa preocupação da explicação tirada de cena, tudo funciona bem. O filme segue tendo o mesmo público de quase 30 anos atrás: infanto-juvenil. Portanto, nada de levar tão a sério o que acontece ou ficar se preocupando demais com detalhes. Abracadabra 2 é pra sentar na cadeira e dar boas risadas, afinal de contas, Bette, SJP e Kathy são diversão pura!

As bruxas seguem sendo atrapalhadas, seguem sendo facilmente manipuladas por adolescentes e, claro, apaixonadas por números musicais. A icônica versão de “I Put a Spell On You”, do filme de 1993, foi aqui muito bem substituída, por um clássico dos anos 1970 que amamos (e que não vou revelar aqui). Além disso, as personagens Sarah e Mary agora ganharam mais espaço na tela, trazendo mais risadas, com mais protagonismo ao lado de Winnie, por mais que essa continue sendo, é claro, a líder do “coven mais perigoso do mundo” (segundo elas mesmas). Bette Midler segue sendo fantástica e fabulosa como sempre.

Outro ponto em que o filme acerta é na auto referência à obra original, com diversas menções e piadas que, inclusive, quebram, de certa forma, a quarta parede (algo que amamos).

O novo trio de Salem: Izzie (Belissa Escobedo) e Cassie (Lilia Buckingham)
O novo trio de Salem: Izzie (Belissa Escobedo) e Cassie (Lilia Buckingham)

O filme também soube muito bem conversar com a nova geração, principalmente por meio da protagonista Becca e de suas amigas Izzie (Belissa Escobedo) e Cassie (Lilia Buckingham). O arco dessas personagens deixou em aberto possibilidades para um futuro filme ou série, inclusive. 

Assim, Abracadabra 2, é uma boa escolha para curtir a sétima arte sem compromisso e ainda dar umas boas risadas. Um acerto da Disney, no meio de muitos remakes e continuações que não fazem sentido algum. 

Veredito da Vigilia

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