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A Vizinha da Mulher na Janela: série com Kristen Bell fisga pela dúvida em busca do assassino

Agatha Christie se notabilizou pelos seus contos cheios de mistérios e que nos colocam a dúvida frequente de “quem é o assassino?”. Nesta mesma linha, a Netflix entrega em “A Vizinha da Mulher da Janela” essa ideia, colocando a estrela Kristen Bell, aqui no papel de Anna, no centro de uma trama que vai justamente te colocar a dúvida na cabeça a cada episódio. Apesar da premissa ser parecida, a execução, evidentemente é diferente, e, ao mesmo tempo que é envolvente, pode te fazer ao final de tudo de dar boas risadas, pois nesta nova série, a zoeira não tem limites.

Não confunda as coisas. A Vizinha da Mulher na Janela não é uma comédia. Ou será que é? Ou pelo menos não se apresenta de forma tão caricata assim. Ela vem com um drama, travestido de sátira ao suspense psicológico com o qual brinca em seu título. Desde o início, a ideia constrói um mapa de crime que vai transitando o carimbo de assassino por vários personagens (com direito a vizinhos e um jardineiro).

Tudo começa quando Anna recebe novos vizinhos. Ela é uma mulher traumatizada, que vive olhando pela janela e tomando uma garrafa de vinho inteira a cada servida em suas taças (aliás, gostaria de ter uma taça daquelas). Em seu passado, um casamento que acabou quando a filha morreu – de uma forma bem bizarra e porque não, única e peculiar (!). Mas não vou dar esse spoiler aqui. E com seus novos vizinhos, surge o interesse em um pai solo bonitão (Tom Riley) e que tem uma filha que regula com a sua, já falecida. Tudo parece bem até surgir a namorada do bonitão. Mas por pouco tempo. Isso porque ela é o cadáver que vai fazer a roda andar durante todos os oito episódios.

A Vizinha na Mulher na Janela da Netflix
A Vizinha da Mulher na Janela tem Kristen Bell como Anna, uma mulher com PLUVIOFOBIA!

Colocadas as peças no tabuleiro, o roteiro vai brincar a todo tempo, e às vezes propositalmente, da forma mais GALHOFEIRA possível. Anna bebe demais, e com isso, é uma protagonista pouco confiável, se colocando também como potencial assassina. O lado bom de tudo isso é que a série é facilmente ‘maratonável’. Cada episódio tem de 20 a 30 minutos de duração e o mistério que ela constrói é claramente formulado para ser desvendado em seu final. Até lá, o roteiro vai brincar (novamente, de forma propositalmente sem noção) com as suas dúvidas.

Os melhores momentos de “A Vizinha da Mulher na Janela” são os que podemos visivelmente parar e pontuar “ah eles não vão fazer isso?”. Pois em várias vezes você vai se fazer essa pergunta. Nesses casos, se você abraçar a galhofa, vai se divertir. Agora se levar tudo muito a sério… bom, aí sim a série será uma grande decepção para você. Ao mesmo tempo que se ampara em ideias clássicas, e já atualizadas em “Assassinato no Expresso Oriente” e “Entre Facas e Segredos”, aqui estamos pendendo muito mais para um “Disque Amiga Para Matar”, com menos carisma, do que propriamente um produto lá muito preocupado com seu status.

A Vizinha da Mulher na Janela: os vizinhos
Tom Riley é o vizinho Neil, com a filha Emma (Samsara Leela Yett). Quem aí é mais suspeito?

A revelação e o desfecho da (primeira temporada?) é digno de uma paródia, com direito a uma participação pra lá de especial. Absurda e até um pouco violenta, a produção na verdade surpreende pela sua total falta de vergonha na cara. E eu estou até agora me perguntando se a ideia foi genial ou uma completa viagem de vinho misturada com aspirinas, tais quais as sugeridas por Anna desde os primeiros segundos de série. Kristen Bell além de protagonista é produtora executiva ao lado de Will Ferrell, Jessica Elbaum e Brittney Segal.

Veredito da Vigilia

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