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A Médium: o filme mais perturbador do ano!

A Médium é o novo terror tailandês chega aos cinemas brasileiros nessa quinta-feira (19/05)

Em meados de 2006 quando ainda trabalhava em uma videolocadora da minha cidade, um dos filmes mais alugados e comentados era “Espíritos – A Morte Está ao Seu Lado”. Lançado em 2004 no seu país de origem (Tailândia), com seu enorme sucesso chegou aos cinemas brasileiros em 2006 e consequentemente em DVD. O ótimo suspense conta a história de um jovem fotógrafo e sua namorada que atropelam uma pedestre, fogem da cena do crime e logo em seguida percebem em suas fotos algumas “sombras” parecidas com fantasmas.

Dica de ouro número 1: Se você ainda não assistiu, você precisa saber somente isso da premissa e procure onde assistir, não irá se arrepender.

“Espíritos – A Morte Está ao Seu Lado” foi o filme de estreia dos roteiristas e diretores Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom. Agora em “A Médium”, Banjong assume sozinho a cadeira de diretor e co-escreve o roteiro junto do sul-coreano Na Hong-jin, que dirigiu o ótimo “O Lamento” (2016).

A Médium chega com um pequeno atraso no Brasil, já que ele foi lançado em 2021. O longa segue o estilo documentário sobre práticas xamânicas na área de Isan, no norte da Tailândia. Nele, acompanhamos Nim (Sawanee Utoomma, The Underclass), uma costureira que é uma importante xamã na região, conectada a uma deusa chamada Ba Yan. Nim, logo no início, explica que a entidade durante anos escolhe somente as mulheres da sua família, protegendo e ajudando as pessoas de Isan.

Logo após o falecimento de seu cunhado, a costureira percebe que sua sobrinha Mink (a estreante em longas Narilya Gulmongkolpech) está com sinais de possessão espiritual. Nim suspeita que Ba Yan está escolhendo Mink para ser sua próxima médium. É nesse momento que o filme ganha o espectador.

Dica de ouro número 2: Para melhor experiência não vejam o trailer

Com o formato de câmera na mão, Banjong Pisanthanakun constrói uma atmosfera e todo um ambiente necessários para dar tons de realismo e deixar o público desconfortável (no bom sentido!) e com um frio na espinha durante toda a projeção. Aos poucos, somos apresentados a família de Nim: sua irmã Noi (a também estreante Sirani Yankittikan), a mãe de Mink, seu irmão Manit (Yasaka Chaisorn) e sua cunhada Pang (Arunee Wattana). A família dá ao público algo para se conectar e funciona muito bem porque todos estão ótimos! Destaco aqui a atuação de Yasaka Chaisorn, como Manit, com o seu crescente desespero que é passado em tela.

Pôster de A Médium
Pôster de A Médium

Mas A Médium não é um filme perfeito. A narrativa é lenta, isso é até um ponto positivo, mas o início é arrastado e pode afastar o público. Aqui deixo a dica de ouro número 3: se você quer assistir um filme de terror acima da média “aguente” os primeiros 15 minutos, por favor!

Como é um falso documentário, há cenas em que talvez funcionassem melhor sem a presença de “alguém filmando”. Não vou falar para não dar spoilers. Os sustos são ótimos, mas há um excesso de jump scares. Nas suas 2 horas e 10 de duração (um pouco longo até, tiraria uns 20 minutos), o longa passa de suspense para o terror no ato final, o que pode deixar algumas pessoas mais sensíveis chocadas. Deixo o aviso (mais um): não é para qualquer um, pois além de algumas cenas de violência gráfica, o roteiro aborda religião e superstição de um jeito totalmente diferente de 90% dos filmes caricatos hollywoodianos.

Apesar de ser em um formato já desgastado, o found footage (filmagem encontrada), o longa se destaca por ser um exemplo do que é um filme de horror arrepiante que fará você não esquecê-lo tão rápido.   Pegue A Bruxa de Blair, dê uma pitada do primeiro “Atividade Paranormal” e acrescente “O Exorcista”. Pronto. Você terá A Médium.

Veredito da Vigilia

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