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A Jornada de Vivo: aposta de Lin-Manuel Miranda é interessante, porém mediana

Tendo Cuba como pano de fundo, A Jornada de Vivo, dirigido por Kirk DeMicco, é a mais nova animação da Netflix, que mistura gêneros musicais e coloca como centro do debate a amizade, a lealdade, o luto e a música. Vale ressaltar que a animação não é original Netflix, mas uma produção da Sony Pictures.

Vivo é um jupará (animal parente dos quatis e dos guaxinins), dublado em sua versão original pelo próprio Lin-Manuel Miranda, que vive com Andrés (na versão original, Juan De Marcos, do Buena Vista Social Club), seu amigo humano em Havana. Porém, uma carta muda o destino deles e Gabi (Ynairaly Simo, na versão original), uma pré-adolescente apaixonada por música entra na vida de Vivo.

Aí os horizontes se abrem e Vivo vai parar nos Estados Unidos dentro da mochila da menina (o que seria tráfico de animais silvestres, na vida real, risos). A música continua levando Vivo ainda mais longe e cada vez mais perto de sua missão.

Dois pontos são importantes de serem observados neste filme. O primeiro é o fato de como a música é importante na vida de todos nós, como ela pode nos deixar mais perto de culturas e como nos conectar com pessoas. A música está presente no dia a dia e, muitas vezes, é nossa companheira no momento de solidão. Aliás, é a música que nos deixa cada vez mais vivos.

E o segundo ponto que devemos realçar em A Jornada de Vivo é o fato de Gabi, uma das protagonistas do filme, ser uma menina latina, com o corpo diferente do corpo de outras meninas, com seu cabelo colorido e sua introspecção. Uma personagem como Gabi talvez seria impensável há 10 ou 15 anos atrás e hoje é protagonista de uma animação.

Gabi, uma das protagonistas de A Jornada de Vivo, e é uma menina latina
Gabi, uma das protagonistas do filme, e é uma menina latina

Assinada por Lin-Manuel Miranda (O Retorno de Mary Poppins, Hamilton), a trilha sonora é o grande destaque deste filme. Rap e música cubana são misturadas de forma lúdica. O musical é evidente desde a primeira cena e o filme parece feito para grandes amantes do gênero. Porém, algumas vezes os números musicais se estendem e deixam o filme um pouco repetitivo.

A Jornada de Vivo é um filme muito colorido e deve prender as crianças na frente da televisão. Contudo, entrega um roteiro previsível e não apresenta nada além das obviedades das animações mais clichês.

O grande erro de A Jornada de Vivo é cair no lugar comum, da sensação de “já vi isso antes”. A jornada do herói é seguida à risca, com desfecho mediano e imaginável. É um filme todo mediano, apesar de esperarmos mais de nomes como Lin-Manuel Miranda, tão conhecido na Broadway. A ideia é boa, mas a execução é simples demais. De maneira alguma é um filme memorável, mas vale a pipoca.

Veredito da Vigilia

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