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A Batalha das Correntes: a história que não foi bem contada

Já imaginou um longa que contasse um momento histórico de alguns dos maiores inventores da Era Industrial, com atores conhecidos e toda a pompa já imaginada? Pois não precisa mais imaginar. A Batalha das Correntes, que estreia no Brasil no dia 19 de dezembro, traz esses itens em sua receita e nos remete a grande disputa entre Thomas Edison e George Westinghouse pelo primeiro sistema de distribuição elétrica do mundo. Apesar disso, o filme conduzido por Alfonso Gomez-Rejon, não faz jus à promessa intrínseca a toda essa proposta, resultando em um filme confuso e pouco agradável.

Em A Batalha das Correntes, temos Thomas Edison interpretado por Benedict Cumberbatch (Vingadores: Ultimato), enquanto seu ‘rival’ Westinghouse é vivido por Michael Shannon (Animais Noturnos). Orbitam os protagonistas Tom Holland (Homem-Aranha: Longe de Casa) como Samuel Insull, e Nicholas Hoult (X-Men: Fênix Negra) como o também inventor Nikola Tesla. No final do século XIX, a disputa entre eles é contada inicialmente com uma desfeita de Edison, sempre colocado como um gênio egocêntrico e sabedor de sua capacidade. Enquanto isso, Westinghouse é traduzido como um grande negociador, mas sem o espírito que envolve um grande gênio admirado na época. E esses ingredientes vão criando uma rixa comercial e intelectual entre os dois.

A Batalha das Correntes tem seu forte nos aspectos técnicos

Com essas cartas na mesa, era de se esperar um filme tão iluminado quanto a criação de Edison, ou tão eletrizante quanto a corrente (elétrica) utilizada por Westinghouse. Porém, o que vemos é uma história mais prepotente do que propriamente competente. Em nenhum momento compramos a ideia do filme, que se atrapalha com uma edição que tentou fazer idas e vindas na história. Muitos dos cortes acabam sendo mais prejudiciais do que benéficos, e não ajudam na dinâmica da narrativa, o que acaba cansando. Os aspectos mais emotivos da história, como as questões pessoais da perda da esposa por parte de Edison, ou a boa relação de Westinghouse com Marguerite (Katherine Waterston) também não chegam a comover, ou mesmo humanizar os inventores.

Tom Holland (com bigode) também está no filme.

As virtudes de A Batalha das Correntes acabam sendo em aspectos mais técnicos. A produção é impecável em remontar a Era Industrial, e a fotografia mais escura e as recomposições são realmente bem eficazes. Infelizmente ressaltar esses itens apenas nos desviam do propósito final, que é contar uma boa história. E com certeza essa história existe, mas não foi dessa vez que ganhou uma versão importante, ou mesmo definitiva na sétima arte. Uma pena.

Veredito da Vigilia

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