8 Mulheres e Um Segredo | Crítica

Oito Mulheres e Um Segredo (Ocean’s Eight) estreia no Brasil no dia 7 de junho para contar uma nova versão dos filmes de assalto imortalizados com Onze Homens e Um Segredo – o clássico, com Frank Sinatra em 1960, e o remake de Steven Soderbergh, de 2001, com George Clooney, Matt Damon, Brad Pitt, e tantos outros. Mas a pegada aqui é delas, toda delas. E sem falsa modéstia ou preocupações com qualquer comparação que possa existir, a nova versão assinada por Gary Ross é um produto dinâmico. Divertido, centrado, e claro, com um elenco tão ou mais digno, sem perder a noção ou ofender ninguém. A contar: Sandra Bullock, como Debbie Ocean, Cate Blanchett, como Lou, Anne Hathaway como Daphne Kluger, Mindy Kaling como Amita, Sarah Paulson como Tammy, Awkwafina como Constance, Rihanna como Bola Nove e Helena Bonham Carter como Rose Weil. Nada mal não é mesmo? Esquecemos de alguém? Ah, sim, algumas pontas para temperar ainda mais o cardápio, com Katie Holmes, Dakota Fanning e Kim Kardashiam West.

O interessante aqui é que 8 Mulheres e Um Segredo não desfaz nada do que já vimos anteriormente e também não reconta uma história já vista. Pelo contrário, ele, de certa forma, expande o mundo cinematográfico e da família de golpistas com o sobrenome Ocean. E essas homenagens são marcantes com os momentos em que Sandra Bullock é apresentada, e também no fim do filme. São cuidados de produção que valorizam e muito o novo longa.

Tradicionalmente nas produções com elencos tão grandiosos é fácil que a direção ou a história não contemple tão bem algum personagem. Mas aqui o jogo é esperto, a edição é precisa e o roteiro fechadinho em quase sua totalidade. Não fosse um pequeno deslize (ou seria grande?), que depois da sessão me tirou um pouco do sério, talvez a nota do filme subisse um pouco mais nessa crítica. Mas com certeza ele vai passar sem grandes problemas para a maioria, afinal, 8 Mulheres é entretenimento em sua essência do início ao fim.

Além do #WomanPower, que já é evidente, a mescla de uma aventura, misturada com crime perfeito e vingança reúne os grandes ingredientes de um blockbuster e o programa ideal para a combinação entre pipoca e sala escura. No plot, a herança genética da família Ocean vai bater mais forte e, depois de cinco anos, oito meses e 12 dias na prisão, Debbie (Sandra Bullock) volta com tudo para reunir seu time e colocar em prática o plano perfeito, todo bolado durante toda sua “estadia” atrás das grades. É o filme de assalto que faz qualquer fã de La Casa de Papel perceber que nem sempre pecar pelo excesso faz bem.

E para colocar em prática o plano que vai tirar uma jóia de 150 milhões de dólares do pescoço de uma atriz consagrada no Baile do Met (aliás, baile de Gala do Met), temos os estágios clássicos… Clichês, mas ótimos: a seleção do grupo, o planejamento, o treino e a prática, sem deixar de fora a grande surpresa da noite.

Fazendo o contraponto ao time feminino temos Richard Armitage como Claude Becker e o apresentador britânico James Corden, como o investigador da agência de seguros, que rouba a cena em sua rápida participação.

É importante destacar que num mundo tão cheio de mimimis – a internet é o potencializador de discussões dos gostos e #hates dos mais absurdos – 8 Mulheres e Um Segredo não veio com qualquer discurso #Lacrador, como alguns costumam dizer, nem tão pouco para empurrar qualquer tipo de agenda feminista. Elenco, direção, atuações e história narram um evento clássico, divertido, diversificado e digno das boas sessões da tarde que muita gente se acostumou a assistir, independente da geração. Se alguém se sentir incomodado com essa reunião épica de atrizes e artistas com o objetivo único de entreter, bem… aí o buraco é mais embaixo.

Oito Mulheres e um Segredo é a sessão pipoca que você precisa assistir. E ponto final.

Lute, brigue, surpreenda e faça tudo como uma garota usando uma camiseta que deveria ser uniforme: https://goo.gl/QK8qtK