AnimaçãoCríticaQuadrinhosSéries

7SEEDS: segunda parte é entediante, mas com uma boa mensagem | Crítica

O anime original Netflix 7SEEDS continua sendo uma experiência de perseverança em sua segunda parte. Os novos episódios, que estrearam no final de março no streaming, têm os mesmos problemas da primeira temporada (já que estamos falando de uma série que foi dividida em dois, faz sentido em alguns aspectos). Porém, não estamos falando apenas  do traço que incomoda, mas também da fórmula repetida.  

O traço do anime é pouco caprichado

Bem como nos primeiros episódios de 2019, aqui a história só engrena da metade para o final e as tarefas cotidianas dos personagens sendo detalhadas a exaustão, como se estivéssemos acompanhando um reality show no mato, tornam o anime maçante. 

A história inicia diretamente após o seu final abrupto, assim como reclamamos em nossa primeira crítica de 7SEEDS. Hana não consegue ser resgatada e os membros do Grupo Primavera expulsam os responsáveis pelo atentado a vida da jovem: Ango e Ryo. Os remanescentes da “Equipe Verão A” iniciam a segunda parte do anime como os caras mais canalhas de toda a face da Terra, mas ganham uma certa redenção ao encontrarem a “Equipe Verão B”. E é nessa nova interação que a série foca praticamente toda a sua nova história. 

Por mais que sejam uma nova equipe, aqui dá pra ver direitinho que não são unidos

Esse intercâmbio é proposital, já que a falta de habilidades para sobreviver em ambientes hostis, ficar alerta o tempo todo. Pensar no amanhã e tomar decisões quase que imediatamente são bem contrastantes entre Ango e Ryo em relação aos membros da “Equipe B”. Em virtude disso, temos um Ango atormentado pela morte de Shigeru (o que explica o seu jeito psicopata de lidar com as pessoas), mas que aos poucos encontra na jovem e “indefesa” Natsu um motivo para se redimir. Já Ryo, tenta matar todo mundo, só para conferir se a galera está “atenta”. 

Ryo e Ango: um quer matar todo mundo. O outro só fica alucinando

Esse lenga-lenga é praticamente a primeira metade dessa segunda parte do anime, que só vai empolgar (e olha lá), quando o grupo encontra um navio abandonado e descobrem que ele se trata de um lança mísseis, para erradicar a população do Japão. Plano esse que voltou a ativa quando nossos personagens acionam novamente a contagem regressiva para isso, mas acabam salvando o dia da maneira mais inusitada possível, com um Deus Ex-Machina (anotem) nunca usado antes no mundo do entretenimento. Se já foi usado, por favor, deixe o exemplo nos comentários. 

Mas assim como na primeira parte de 7SEEDS, essa segunda também tem os seus méritos. O jeito como os personagens traumatizados pelo treinamento da “Equipe Verão A” lidam com os seus fantasmas é um ponto alto da série. Também a mensagem de que não precisamos nos tornar máquinas competitivas, que vem tudo como uma questão de sobrevivência e competitividade é bem evidente. Ango e Ryo são os estereótipos disso. Ao oposto deles temos Natsu, que de ser indefeso, que todos queriam proteger ou a julgavam incapaz de realizar as tarefas mais simples, é a personagem que mais evolui, desenvolvendo coragem, astúcia e que acaba salvando a todos no final.  

No final das contas o mundo foi salvo pela Natsu

Paralelo a toda essa trama, descobrimos que Hana está viva e se virando muito bem sozinha. A garota é praticamente uma analogia da convivência do ser humano com a natureza, nos ensinando várias coisas, baseando-se no comportamento dos animais e aprendendo como tirar proveito da sabedoria deles. O final de sua jornada (até aqui) é de cortar o coração, mas foi retratado de uma maneira bem realista, já que estamos falando de uma aventura pós-apocalíptica que se passa na selva. 

A Hana se vira muito bem sozinha no anime

A segunda temporada de 7SEEDS continua com a sua mensagem da primeira, de que precisamos um dos outros para cooperar e sobreviver nesse mundão que tem tanto a nos oferecer. Pensamentos e ações ególatras não vão te levar a nada e ainda farão mal a sua alma. Obviamente, o anime também trata da harmonização que devemos ter com a Mãe Natureza e de como isso pode nos trazer benefícios. Porém, seus diálogos expositivos (até comuns em animes, mas em exaustão por aqui), sua trama entediante, seus inúmeros personagens e que nem sentimos falta por não termos nos afeiçoando à eles, e seu traço simples até demais (se fosse em outra mídia, a história seria melhor apresentada), tiram do espectador o foco, fazendo com que assistir a mais 12 episódios seja uma missão difícil de executar com gosto.

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *