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1917, ou “Plano Sequência, o filme” | Crítica

Início de ano é sempre uma bela época para ir ao cinema. É o momento que grandes produções chegam, na onda das premiações de Hollywood. E uma dessas novidades tem brilho próprio e chega com ares de vencedor do Oscar. Como você já sabe, estou me referindo a “1917”, filme de Sam Mendes, que traz uma combinação de fatores que contribuem para essa ideia, quase torcida, desse que vos escreve.

E “1917” tem como carro-chefe uma história toda apresentada em plano sequência, sendo, basicamente, uma aula da supremacia técnica do cinema. Sam Mendes cria um cenário de guerra e nos segura por praticamente duas horas em frente à tela. Nosso único trabalho é admirar como a história funciona e como todos seus truques encaixam perfeitamente na sua proposta, contando uma trama com início, meio e fim, da melhor forma. A saber, “1917”, ou “Plano Sequência, o Filme”, estreia no dia 23 de janeiro.

A aula começa com dois soldados sentados em um campo aberto, durante a Primeira Guerra. Dean-Charles Chapman (também conhecido como Tommen Baratheon de Game of Thrones) é o soldado Blake e leva o amigo Schofield (George MacKay) para uma missão de última hora que envolve um possível reencontro com seu irmão, o Tenente Blake (Richard Madden). É improvável que consigam, mas a dupla terá que levar uma mensagem que poderá salvar até 1600 soldados de outra infantaria prestes a cair em uma armadilha dos inimigos. A partir de agora, a câmera é toda deles, e onde eles forem, você estará. Os obstáculos que eles encontrarem, serão os desafios do espectador. Bons e maus momentos, todos serão divididos entre personagens e audiência.

Sam Mendes mostra como se faz cinema em “1917”

É possível que inicialmente você fique automaticamente prestando atenção em como todo movimento da câmera se desenha e de que forma ele pode ser rompido. Aos poucos, essa preocupação vai embora, pois a narrativa é tão orgânica e fluente que é capaz de você esquecer que é realmente tudo feito em “um só plano”. É o próprio plano que acelera ou desacelera o ritmo, nos faz transitar entre diferentes cenários e geografias, e ainda desenha e detalha a guerra e seu rastro de destruição. É primorosa toda a recriação de cenários e a riqueza e refinamento dos aspectos visuais que compõem o pior dos campos de guerra.

Não adianta se segurar, a câmera vai andar o tempo todo!

Mas é claro, nem só de movimentos de câmera vive “1917”. Temos atuações à altura, e até mesmo o Oscar (ou melhor, a Academia) poderia ter ousado dar créditos às atuações que por aqui transitam. No meio da missão suicida, veremos várias caras conhecidas como o vencedor do Oscar, Colin Firth, o competente Mark Strong, o celebrado Benedict Cumberbatch e o cada vez mais frequente Richard Madden (que depois de Rocketman estará também em Os Eternos, da Marvel). Além disso, apesar da história que é praticamente uma só missão, temos tempo para momentos de ternura, ação, desafios e emoção.

Por tudo isso, “1917” é uma aula de cinema, que merece ser vista na maior tela possível.

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