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10 Horas para o Natal é uma deliciosa comédia para toda família

Dezembro chegou e com ele toda a empolgação natalina. Casas decoradas, comidas típicas, tretas no grupo da família e muito filme de Natal! Afinal, não existe nada melhor para entrar no clima. Porém, estamos acostumados com filmes natalinos norte-americanos, com neve e conflitos muito longe da nossa realidade. Mas isso vai mudar, afinal, teremos a estreia de 10 Horas para o Natal, o primeiro filme de natal brasileiro a chegar aos cinemas. E ele vai mostrar toda nossa brasilidade em tela.

No longa, a família Silva (eu não disse que é o filme da família brasileira?) está em crise. Afinal, Marcos Henrique (Luis Lobianco) e Sonia (Karina Ramil) se separaram e o natal deles nunca mais foi o mesmo. Desapontados com o que pode vir a ser a nova comemoração, os filhos Júlia (Giulia Benite), Miguel (Pedro Miranda) e Bia (Lorena Queiroz) decidem agir para mudar essa realidade faltando… 10 Horas para o Natal.

Com o elenco vindo da comédia – Lobianco e Karina são sinônimo de Porta dos Fundos -, o filme tinha tudo para ser um pastelão. Mas, se você pensou isso, está redondamente enganado. O longa de Cris D’Amato é uma divertida comédia familiar que pode ser assistida e reassistida muitas vezes. É um filme leve, que diverte e, até mesmo, emociona. 

Lorena, Pedro e Giulia (da esq. para dir.) superam as expectativas

Os grandes protagonistas do filme são Giulia, Pedro e Lorena. O elenco infantil está acima de qualquer expectativa. Giulia, a Mônica de Turma da Mônica – Laços, que conduz a história. E a menina tem muito talento. Ela quebra a quarta parede diversas vezes, assim como Millie Bob Brown fez recentemente em Enola Holmes. Pedro, que veio de The Voice Kids, é ótimo e consegue ser um meio termo entre a irmã pré-adolescente e a mais nova, vivida por Lorena, que entrega uma menininha cheia de personalidade.

O elenco da terceira idade é um sopro de alegria também. Jandira Martini é uma avó amorosa, que já poderia ser a avó de qualquer um de nós. Eliana Guttman e Amelinha Bittencourt fecham o trio de tias/avós queridas, mas sem noção. E Arthur Kohl, o Seu Leon, um simpático andarilho que ajuda a trazer magia do natal para a família Silva.

Com o elenco vindo da comédia - Lobianco e Karina são sinônimo de Porta dos Fundos -, o filme tinha tudo para ser um pastelão.
Não é um vídeo do Porta dos Fundos, é filme de Natal!

Com tudo isso, 10 Horas para o Natal faz com que a gente se sinta em casa. Nos lembra a infância, traz a expectativa do natal, do presente, da bagunça. E nos deixa até mesmo com saudades da tia que pergunta dos namoradinhos, do parente da piada do pavê e dos leves surtos que nossas mães têm cozinhando o peru. Em tempos de pandemia, é um alento. Afinal, não podemos aglomerar, mas podemos relembrar esses momentos caóticos e especiais.

Outro ponto importante no filme é a separação dos pais e como isso mexe com a rotina e com a vida das crianças. E fica um alerta: quem sabe não devemos escutar ainda mais essas pequenas pessoas que são cheias de ideias, de vontades e de personalidade?

O mais encantador em 10 Horas para o Natal é que poderia ser a sua família e com certeza, poderia ser a minha. Os clichês são muitos, mas isso não desabona em nenhum momento o longa. Marcos Henrique é o pai amoroso, mas desastrado. Sonia é a mãe super trabalhadora e atucanada e todos os outros personagens que aparecem também fazem parte da nossa vida ou lembram alguém conhecido. Por isso, fica ainda mais legal de assistir.

A Rua 25 de Março é cenário do filme.
Saudade de ir na 25 de março, né minha filha?

Com elementos que já vimos antes, como a guerra na loja de brinquedos, similar ao já visto em Um Herói de Brinquedo, mas com locações tão brasileiras, como a Rua 25 de Março, em São Paulo, 10 Horas para o Natal é o que precisávamos para essa época e nem sabíamos.

Vale a pena convidar a família e assistir! A criançada vai adorar!

Nota do editor: a autora da crítica chorou durante a exibição do filme.

Veredito da Vigilia

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