“Boas Intenções” | Crítica

A realidade de refugiados ao redor do mundo não é uma situação engraçada. “Boas Intenções” traz uma breve visão dessa situação na França. Com a proposta de ser uma “comédia agridoce”, mas pesando muito mais para o lado azedo, “Boas Intenções” (Les Bonnes Intentions), dirigido pelo cineasta francês Gilles Legrand (A Menina e os Lobos), chegou aos cinemas brasileiros no dia 4 de julho.

No longa acompanhamos Isabelle (Agnès Jaoui), uma mulher que parece estar na casa dos seus 50 anos, classe média-alta e que faz de tudo para ajudar pessoas mais necessitadas. Inclusive, tirar roupas de dentro de casa (sem os filhos saberem) e começar brigas em qualquer encontro familiar. E é muito estranho, porque no primeiro momento o sentimento é de: essa mulher ficou maluca. Mas com o decorrer do filme, as coisas vão se explicando um pouco melhor.

Todo o filme gira em torno desses imigrantes que chegam do mundo inteiro na França e precisam aprender francês. Isabelle alfabetiza adultos nessa espécie de curso social onde basicamente todo o elenco existe. É muito interessante porque os personagens se movem como bloco, uns vão embora, ninguém mal sabe o nome deles, e outros ficam… E isso não faz uma grande diferença para a história? Eles são individuais de outras maneiras, por exemplo, “a menina chinesa”, “a mulher que vem da Bulgária”…

Até ver a sinopse do filme, não tinha a menor ideia que ele era para ser uma comédia. Ele não é engraçado. É muito mais um choque de realidade do que aquela sutileza do humor francês, que já é diferente do humor blockbuster. Mas “Boas Intenções” não é nem irônico. Ele só é uma constante realidade cheia de ansiedade.

O filme traz ótimos pontos de vista sobre o que é preconceito e como ele acontece na sociedade atual. Então, caso você esteja procurando aquele filme para dar uma sacudida de leve na família, sem deixar muito explícito, Boas Intenções é uma ótima escolha. A Vigília Recomenda.