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O Brutalista tem atuação fascinante de Adrien Brody

Talvez você torça o nariz para os 215 minutos de O Brutalista. Mas são mais de três horas e meia de filme (com um intervalo no meio!), que valem a ida ao cinema.

Protagonizado por Adrien Brody, O Brutalista conta a história de László Tóth, um arquiteto visionário que foge da Europa após a Segunda Guerra e vai para os Estados Unidos para reconstruir a vida. Sozinho, ele vai parar na Pensilvânia e consegue, aos poucos, retomar uma vida parada e marcada pela guerra.

Existem dois grandes pontos positivos em O Brutalista: a fotografia e Adrien Brody. O diretor Brady Corbet consegue justificar a ida ao cinema quando projeta em suas telas belíssimas imagens de arquitetura e de paisagem. É digno de ver em tela grande, a maior possível.

Já Adrien Brody segue sendo magnético, empolgante e irretocável. O homem mais jovem a ganhar um Oscar de Melhor Ator justifica todos os seus prêmios. Ele emociona, encanta, cria conexão com o público. Sua atuação é digna, com toda certeza, de mais um Oscar para a coleção de Brody. O ator, que estava em um certo hiato em sua carreira, entrega um personagem complexo e fascinante.

Completamente protagonizado por Brody, o primeiro ato, em que conhecemos Tóth, é basicamente irretocável. Interessante e imersivo, nem vemos a primeira hora e meia passar. Contudo, quando o relógio finaliza a contagem de 15 minutos, começa o segundo ato e os problemas começam. O personagem que é tão cheio de nuances se torna apenas um homem frustrado e traumatizado, tendo ações e reações opostas do que havia sido apresentado até aqui.

A chegada de Felicity Jones, que vive a esposa de Tóth, parece desorganizar a história e fazer com que o arquiteto genial pareça apenas um profissional megalomaníaco. É menos sobre a arte e mais sobre poder, o contrário do que aparece no primeiro ato.

Adrien Brody brilha em O Brutalista

Da segunda metade do segundo ato até o epílogo, o longa começa a ter acontecimentos e cenas extremamente sofríveis. Fica difícil embarcar naquilo que está sendo colocado em tela. O ritmo parece prejudicado e o roteiro começa a contrapor as construções de personagens que se tinham até aqui.

Uma pergunta que recebi muito foi “vale a ida no cinema?”. E preciso dizer que sim. Apesar dos problemas narrativos que descrevi acima, só o primeiro ato já é um excelente motivo para ir aos cinemas. Sem contar que, em casa, dificilmente você veria esse filme sem pegar seu celular para checar o que está acontecendo no mundo. O Brutalista não merece isso. Existem muitas cenas de apreciação que devem ser sentidas e essa experiência só o cinema oferece.

Veredito da Vigilia

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