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Kengan Ashura | Crítica

Aproveitando a pancadaria que rolou solta em Baki: o campeão, a Netflix lançou em julho, seu mais novo anime original sobre Artes Marciais: Kengan Ashura. De cara já dá pra afirmar que é a animação mais bem sucedida nessa nova onda de mesclar computação gráfica e traço ‘a lápis’. Aqui os movimentos não ficam tão “fakes” ou lentos na frente da telinha. 

Diferente de outros animes, o traçado mesclado com o CGI funciona em Kengan Ashura

Kengan Ashura tem uma premissa simples, mostrando donos de grandes corporações mundias (que aqui tem os nomes alterados, mas ficam evidentes de quais empresas estamos falando), apostando o futuro de seus legados em lutas corpo a corpo, disputada por lutadores contratados, as partidas Kengan. Tal solução é utilizada há séculos, pelo que nos é apresentado na história, demonstrando a importância dos embates.

É numa dessas disputas que conhecemos os nossos dois protagonistas. O primeiro, Ohma Tokita, o lutador, que é contratado para participar do torneiro máximo de lutas Kengan, o Torneio de Aniquilação Kengan. Ohma busca vingança acima de tudo, e por isso dá um jeito de entrar na competição.

Os competidores mais sinistros participam do Torneio de Aniquilação Kengan

O segundo,  Yamashita Kazuo é um coadjuvante que quase rouba a cena (principalmente quando é o alívio cômico da trama), tornando-se muito mais interessante por alguma vezes. Isso se deve as suas numerosas camadas e pelos temas abordados em seu contexto. Um simples empregado em uma editora, que está há anos estagnado na empresa, se encontra em um ponto de virada na vida, quando é convidado pelo patrão a ingressar no Torneio de Aniquilação Kengan. Yamashita pela primeira vez tem a oportunidade de tomar decisões e estar a frente de alguma coisa, ganhando uma certa relevância. Até então, ele trabalhava em um lugar no qual só ganhava esporro. Sua casa é o único imóvel que tem, seu filho mais velho não falava com ele há anos, ficando no quarto todo esse tempo, enquanto que o mais novo se envolveu com gangues. Ao entrarem na vida um do outro, Ohma e Yamashita vão aprendendo e evoluindo, por mais que a relação entre os dois não seja tão próxima. 

Nossos protagonistas: Yamashita e Ohma

Um dos pontos que poderá incomodar àqueles que assistirem a versão dublada são as piadas infames (que Ohmão, ou Ohma Tokita cara de pica), porém alguns vocabulários são compreensíveis, já que a linguagem chula combina com a personalidade de alguns competidores. Ainda sobre a dublagem brasileira, a voz escolhida para a apresentadora do torneio de artes marciais é a mesma que dublou a personagem que narrava o Torneio das Trevas em Yu Yu Hakusho. Vale a nostalgia.

A pancadaria rola solta no anime

Para quem curte Artes Marciais, e personagens com estilos variados de luta, tipo Street Fighter, Kengan Ashura é uma ótima pedida. Além disso, a crítica ao capitalismo que proporciona um mundo no qual parecemos estar toda hora em um ringue, vendo todos como adversários, dá um ar diferente às tramas já vistas em outros animes de luta, que simplesmente apresentam competidores querendo medir quem é o mais forte.

Veredito da Vigilia

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