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Free Guy – Assumindo o controle é Ryan Reynolds criando seu próprio gênero

Já imaginou se Ryan Reynolds fosse algum tipo de gênero do cinema? Ousado esse exercício, não é mesmo? Mas provavelmente esse gênero fosse algo muito parecido com Free Guy – Assumindo o controle, que chega aos cinemas brasileiros dia 19 de agosto. Depois de sofrer com a pandemia e adiamentos (ao todo foram quatro), o filme que era da 20th Century Fox passou por algumas reformulações e agora está amparado no guarda-chuvas da Disney, o que rendeu uma certa higienização em cenas de luta e com um pouco mais de violência. Mesmo assim, o filme do gênero “Ryan Reynolds” é uma gostosa aventura de comédia original. Com toda a competência, ela sobe alguns degraus na pirâmide (ou ranking) dos filmes mais divertidos do ano. Vem comigo.

Como já anunciado há bastante tempo – inclusive participei do painel da CCXP que fazia a divulgação do filme em 2019 (!)Free Guy é uma história que se passa no ambiente virtual. E esse ambiente permite que a criatividade de Reynolds e do diretor Shawn Levy (Os Estagiários, Stranger Things) voe com toda a tranquilidade. Ryan, ou melhor, Guy, passa de um bancário engomadinho para herói de videogame em segundos e faz tudo que um game de tiro pode permitir. Ponto para a escolha do tema, afinal, que outro mundo poderia explicar tão facilmente alguém puxar uma bazuca, um sabre de luz ou fazer sua mão crescer igual a do Hulk de uma hora para outra, não é mesmo? O ambiente virtual é um parque de diversões muito bem utilizado por aqui.

Quer referências aos games? Então toma!

Falei tudo isso e ainda não cheguei na história, que é interessante o suficiente para nos preocuparmos com uma inteligência artificial (Guy) e também os criadores dela (os ótimos Joe Keery, como Keys e Jodie Comer como Millie), no mundo real. Guy é um trabalho conjunto desses dois desenvolvedores. Eles têm seus talentos ofuscados ao ingressarem em uma grande empresa de games, onde apenas cumprem tarefas. Nesse meio tempo, a inteligência artificial de Guy começa a evoluir, impactando na jogabilidade de vários usuários ao redor do mundo e em seu próprio ambiente virtual. Nesta empresa, liderada por Antwan (Taika Waititi, ele mesmo), o trabalho de Keys e Millie está ameaçado de sumir para sempre. Com isso, eles terão que resolver dois grandes problemas: como salvar o trabalho de uma vida e ainda incriminar Antwan pelo roubo de suas ideias.

Jodie Comer está excelente em sua dupla jornada

O plot é simples, mas carregado de criatividade. O filme oscila entre mundo real e virtual de forma muito fluida e as piadas em relação a essas trocas são todas muito acertadas. Até mesmo a relação entre Guy e Millie, ou de uma pessoa real com um computador, acaba sendo bem cativante, de forma a contar um pequeno romance de uma maneira um tanto inesperada, na grande revelação do filme. Uma cajadada que resolve dois problemas de uma vez só. 

Guy (Ryan Reynolds) descobre como evoluir no próprio game

Fora algum momento em que a história parece dar uma arrastada, Free Guy funciona em todos os sentidos e em todas suas propostas de sátiras, referências (estão por toda a parte) e na ação despirocada. É um prato cheio para aquela sessão regada a pipoca e refrigerante. Fique atento, a compra da Fox pela Disney ainda garantiu easter-eggs e participações pra lá de especiais, tanto em personagens da vida real quanto em seus produtos mais atrativos na realidade (alguém aí gritou Marvel?). Além de divertir e empolgar, Free Guy ainda esquenta nossos corações em seu final. Não é à toa que sequer estreou e já garantiu sua continuação. Ryan Reynolds parece não errar quando coloca seu tom particular nas produções. Será que vira gênero?

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Veredito da Vigilia

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