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Narcos: história, ficção e uma baita série

 

E veio a segunda temporada de Narcos para deixar todo mundo feliz. A produção da Netflix com dedinho brasileiro, sob comando do diretor e produtor executivo José Padilha e do astro Wagner Moura, trouxe o desfecho da saga de Pablo Emilio Escobar Gaviria, ou só Pablo Escobar. Nada mais nada menos que o criminoso mais procurado e mais famoso dos anos 90 em todo o mundo. Se você não viveu esse período, saiba que Escobar era o “Osama Bin Laden” da época. O maior narcotraficante do planeta e também uma figura folclórica e ambígua, que deixou seu país dividido entre adoradores e rivais. Pros mais velhinhos, como eu, é a oportunidade de reviver uma parte importante da nossa história contemporânea.

Embora já conheçamos a história toda (por favor, não seja a pessoa que reclamou para os amigos que a morte de Escobar era spoiler), assistir Narcos é um interessante exercício e quase uma obrigação para nós que adoramos séries. Narcos reconstrói um dos períodos mais conturbados da Colômbia. O país viveu praticamente sob guerra civil neste período, com embates históricos entre cartéis, guerrilhas, polícia e exército. Foram anos sangrentos e a série mostra muito bem isso, com a pegada que vimos (e adoramos) anteriormente em Tropa de Elite 1 e 2, filmes que merecidamente alçaram Padilha para Hollywood. E esse é um dos pontos altos de Narcos: violência explícita, sem poupar o espectador. Tal qual aconteceu na Colômbia.

Ascensão e queda do “El Patrón”

A primeira temporada trouxe a introdução de Don Pablo e sua ascensão como rei do crime e se alçando como uma das pessoas mais ricas do mundo (o cara era top 10). Já a segunda traz sua queda e de quebra deixa o gancho – já confirmado – para as próximas temporadas. Afinal, ninguém com tanto poder em mãos fica impune ao influenciar negativamente diferentes fronteiras, ao ponto de termos o presidente dos Estados Unidos praticamente declarando guerra a Escobar em rede mundial. E é nesses aspectos que a série ganha em peso. A mescla de cenas reais, entrevistas, arquivos e jornais e as transições entre “ficção” e realidade nos relembram que o que assistimos não é mais do mesmo. O trabalho de pesquisa faz de Narcos uma produção realmente diferenciada e que merece todo o barulho que está fazendo. É jornalismo, é política, é ação, drama e às vezes dá até pra rir.

Viés dos cowboys “mocinhos”

O viés de “cowboys” norteamericanos com a narração do personagem de Steve Murphy (Boyd Holbrook, que por sinal parece muito com o Murphy verdadeiro) e sua relação com Javier Peña (Pedro Pascal – saudades do Oberyn de Game Of Thrones), traz uma boa perspectiva também ao público. Estamos vendo a história de Escobar (Wagner Moura), centro da série, mas estamos sendo bem pautados de quão exaustiva foi a caçada até sua morte (já nem se falava mais em sua prisão). É claro que por se tratar de uma obra da terra de Hollywood, os americanos por vezes ganham até mais destaques que as próprias autoridades colombianas (pelo menos para as partes positivas).

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A arte imita a vida: Javier Peña e Steve Murphy

Para aprender Espanhol

Não é a toa que sempre que aprendemos uma língua nova, começamos pelo básico: Olá, Como vai você? Boa noite e claro, os palavrões. Pra quem já assistiu as duas temporadas é impossível não sair gritando os palavrões em espanhol. São tantos e tão marcantes que parece que falar espanhol é xingar! E se você ainda não viu Narcos, então esses palavrões podem servir para você Hijo de Puta, Maricón, Mal Parido!

Ah, e pra você que gosta de trilha sonora, a Netflix disponibilizou as músicas na íntegra no Spotify. Destaque para o tema de abertura, de autoria do Los Hermanos, Rodrigo Amarante.

 

2 comentários sobre “Narcos: história, ficção e uma baita série

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